O Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, recebeu ao final da tarde deste domingo, 19 de Julho, o espectáculo ‘A Valsa da Vida’ com Simone de Oliveira e convidados.
Um dos espectáculos que mais curiosidade despertou, aquando do seu anúncio, pois tratava-se de um dos primeiros concertos pós-confinamento e ao mesmo tempo marcava o regresso de Simone de Oliveira aos palcos.
No Tivoli BBVA o público aderiu em bom número, mediante disponibilidade permitida, embora não tenha esgotado a lotação permitida.
Simone de Oliveira foi recebida, pelo público, de pé e com aplauso prolongado, quando os seus músicos em palco já nos tinham presenteado com os primeiros acordes de ‘Auto-Retrato’, um tema com letra e música de António Sala.
A cantora explicou ao público que “estamos todos há muito tempo sem cantar” e por isso pedi que “desculpem alguma coisa menos boa”, garantindo que “estamos aqui de alma e coração”. Ressalvou, e opinou, que “a cultura faz bem à alma” e pediu ao público para embarcar consigo nesta “conversa de poetas, músicos, todos”.
A artista brincou ainda com o facto de muitos dos seus temas serem já muito antigos, além de terem muitas palavras, como é o caso do tema “Degrau em degrau”, com o qual continuou o espectáculo.
Em modo restrospectiva, trouxe-nos “Foi assim” perante um público que estava ali apenas para lhe dar calor, conforto, carinho e aplausos, muitos aplausos.
Simone de Oliveira defendeu ainda um maior apoio para os artistas, para os técnicos e para todos os que andam na estrada (referindo-se ao meio artístico), defendendo mesmo que “as canções ajudam a tirar a neura” e fazendo votos para que os espectadores “sejam felizes, estejam bem e tenham cautela. Obrigado por tudo”.
‘Valsa da Vida’ é uma extraordinária metáfora sobre a vida, aquela que cada um de nós vive, na diferença das contingências mas na igualdade das emoções que nos desperta. Neste tema, Simone de Oliveira enganou-se na letra, assumiu e com inteligente humor e classe continuou o espectáculo.
Contou com vários convidados neste espectáculo, com quem interpretou duetos: Sissi Martins (Rosa Sangue), FF (Sete Letras), Ruben Madureira (O Teu Poema) e António Zambujo (Sol de Inverno).
Simone deu depois palco aos seus convidados, para a solo, interpretarem um tema cada. Zambujo interpretou ‘Rosinha dos Limões’, FF cantou ‘Viagem de Mim’, seguindo-se ‘ Canção da Raquel’ pela voz de Sissi Martins e ‘O Homem na Cidade’ por Rúben Madureira.
O espectáculo terminou com Simone de Oliveira a cantar ‘Apenas o Meu Povo’ ao lado de FF, Sissi e Rúben e ainda ‘Desfolhada’ com todos os convidados em palco, António Zambujo incluído.
Durante o espectáculo destacar uma frase de Simone de Oliveira: “Eu não seria capaz de olhar para mim sem uma ruga minha, porque a minha alma teria ido embora”.
Destaque ainda para o magnífico acompanhamento instrumental por Nuno Feist, ao piano, e Armando Ribeiro, no saxofone.
O público aplaudiu todos os artistas efusivamente e de forma prolongada, fechando assim em clima de festa.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Rute Nunes & Carlos Pedroso