
Brejão, em Odemira, recebeu o espectáculo ‘Bem-Vinda Sejas Amália‘, para celebrar o centenário do seu nascimento.
Ricardo Ribeiro integrou o elenco e antes de subir a palco esteve a conversar com o Infocul.pt, explicando que “estão reunidas as três coisas que eu mais gosto: O Alentejo, O Fado e A Amália, entre outras coisas, mas sou um Amaliano confesso, desde muito cedo“.
Considera que “Amália é um ser tão especial, uma mulher tão delicada, tão simples mas ao mesmo tempo tão refinada e requintada. Foi uma mulher que depurou sempre o seu gosto, e esse é o sentido da evolução como dizia um filósofo indiano que gosto muito. Amália ao ser isso tudo é sempre muito pouco. Por muito que se reconheça, será sempre pouco. Amália tem um património em termos musicais e intelectuais muito profundos e muito ricos“.
“Não tenho presente quando foi a primeira vez que ouvi Amália, da mesma forma que não tenho presente quando foi a primeira vez do [Fernando] Maurício, o meu mestre, ou o Camarón [Camarón de la Isla] ou o Johnny Hartman…Começaram a fazer parte de tal maneira da minha vida e do meu mundo que eu não tenho registo de um dia ser o primeiro dia. Só sei que há um disco de Amália que me marcou muito e que ouvi muitas, muitas, muitas vezes, que se chama ‘Cantigas de uma língua antiga’. Quando ouvi isso fiquei siderado. Devia ter para aí os meus 23/24 anos. Já conhecia Amália mas há artistas em que precisas de ter uma determinada vivência para conseguires dar a devida atenção, para poderes entrar lá dentro. Porque é demasiado profundo para ser ouvido pela rama ou de forma fácil“, confidenciou-.nos, quando questionado sobre a primeira vez em que ouviu Amália.
Definiu Amália numa frase: “Amália tinha a lucidez de discernir aquilo que é vulgar daquilo que é importante”.