José Geadas, após triunfal actuação na edição anterior, regressou à Sociedade Boa União, para actuar no segundo dia de Santa Casa Alfama, a convite de Ricardo Ribeiro.
O jovem fadista alentejano é um talento extraordinário que além de cantar o Fado com uma sensibilidade ímpar, é, também, extraordinário executante na arte de dedilhar a guitarra portuguesa.
No Santa Casa Alfama, apenas, cantou e proporcionou um espectáculo sem erros. Sóbrio na postura e na arte de cantar, não necessita de malabarismos vocais para prender e emocionar quem o escuta.
Depois, não menos importante, junta às capacidades artísticas uma série de valores humanos (teóricos e práticos) que fazem dele alguém que o Fado deve preservar, valorizar e dar reconhecimento.
Alinhamento bem conseguido no qual cantou um tema com letra de Tiago Correia, ‘Sombra de Esperança’, ‘Enciclopédia do Fado’, ‘Ser Fadista’, entre outros, destacando-se ainda a homenagem, justa, que fez a Mário Rainho que ali marcou presença na plateia.
Voz bem colocada, afinação extraordinária, dicção perfeita e se algo se pode apontar talvez apenas a sua timidez quando fala com o público, mas até nesse aspecto é genuíno e não deve ser criticado.
Actuação de valor e a merecer, por parte dos responsáveis do festival, palcos com maior visibilidade.
Esteve acompanhado por Guilherme Banza, Rogério Ferreira e Filipe Larsen.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Nuno de Albuquerque