‘As Novas Aventuras dos Tais Quais’ é o novo disco deste grupo musical que fez o Alentejo a base da sua essência e que tem levado a mais bela região a vários pontos do país.
Um projecto que junta Sebastião Santos, Vicente Palma, Celina da Piedade, Tim, João Gil, António Jorge Serafim, Paulo Ribeiro e Vitorino Salomé, e que neste disco tem a particularidade de todos os integrantes serem autores:
“-Sebastião Santos, voz e bateria, compôs a “Moda do Raspa-Tabuas” com letra do Vitorino
-Vicente Palma. voz e piano, compôs “Na minha eira” com letra da Celina
-Celina da Piedade, voz e acordeão, escreveu “Na minha eira” e trouxe a a moda popular “Penteei o meu cabelo”
-António Jorge Serafim, voz, escreveu “Filhos e netos” que o Paulo musicou, bem como os textos de enquadramento que se ouvem pelo disco.
-Paulo Ribeiro, voz, compôs “Filhos e netos”, escreveu a “Moda dos Enjeitados” que o Tim musicou e apresentou um original seu de Cante com poema de Manuel da Fonseca
-João Gil, voz e guitarra, compôs “Até amanhã” para uma letra do Vitorino, “Menina dessa janela” e “Havemos de nos ver um dia” para as quais o Tim escreveu as letras
-Vitorino Salomé, voz, autor das “Saias dos Tais Quais”, do “Tangomarcha da felicidade” e das letras da “Moda do Raspa-Tábuas” e “Até amanhã”
-Tim, voz, baixo e campaniça, compôs o tema “Moda dos enjeitados” para uma letra do Paulo, escreveu as letras da “Menina dessa janela”, “Havemos de nos ver um dia” e as quadras da “Menina Florentina”, produziu este trabalho e escrevinhou estas linhas…”
Havemos de nos ver um dia!”
Tim concedeu uma entrevista ao Infocul, para abordar este novo disco e também o percurso que leva o grupo ao segundo disco, depois do sucesso de ‘Os Fabulosos Tais Quais’.
O que traz este disco d’ As Novas Aventuras dos Tais Quais’?
Traz uma série de canções originais e duas versões, bem como um novo espectáculo.
Neste disco há a curiosidade, ou particularidade, de todos os integrantes do projecto serem autores. Foi algo devidamente pensado ou surgiu naturalmente?
Foi uma decisão que foi tomada por todos, pois todos são compositores ou autores, e podemos alargar a musicalidade tradicional e experimentar ideias de gente mais nova e sem uma vivência alentejana, mas que querem também dar a sua leitura.
O Alentejo é a base e a força maior deste projecto? Ou a música que apresentam extravasa o Alentejo e acolhe outras influências?
O Alentejo é a base do projecto. Digamos que os Tais Quais cantam num Alentejo sonhado, que está no nosso imaginário de Alentejanos não praticantes (alguns), e nessa imaginação o cinema, a nostalgia, o sonho, têm um papel muito importante no ambiente do grupo. Daí que apareçam temas como a Fascinação a evocar essas sessões de cinema de antigamente, ou até a Menina Florentina, que nos leva a uma época em que as ‘modas’ eram tão populares como qualquer canção pop de hoje. Depois temos sempre um pouquito de cante, uma espécie de classe dada pelo Paulo Ribeiro e pelo Vitorino aos resto do grupo.
Este projecto começou com um concerto em Serpa, a convite o João Gil. Nessa altura esperavam que viessem a desenvolver todo o trabalho que podemos ver actualmente?
Havia alguma espectativa da parte do João Gil em reunir a malta do Rio Grande, o nosso primeiro trabalho teve várias composições dele com letras do J. Monge, mas mesmo nessa altura se percebeu que os intervenientes nos TaisQuais tinham alguma coisa a acrescentar aquele imaginário, pelo que não ficámos por ali e contribuímos para a continuação do projecto, até porque nos concertos tivemos a certeza de que os TaisQuais eram uma coisa boa e diferente que valia a pena trabalhar.
É difícil conjugar agendas, tendo em conta que todos vós têm outros projectos?
Sim, naturalmente, mas quando há vontade tudo se faz.
Em termos de concertos, já há algo marcado e que possa ser anunciado?
Temos agora uma pequena digressão pela periferia da capital , a saber:
8 de Fevereiro – Montijo – Auditorio Joaquim de Almeida
21 de Fevereiro – Palmela – Cine Teatro São João
22 de Fevereiro – Almada – Companhia Teatro de Almada
28 de Fevereiro – Odivelas – Centro Cultural da Malaposta
29 de fevereiro – Carnaxide – Auditorio Ruy de Carvalho
Depois ficamos a aguardar convites.
Os vossos espectáculos não se baseiam apenas em cantigas ou modas. Há também espaço para o improviso, para piadas e muita interacção com o público. É também uma outra forma de levar o Alentejo às pessoas?
Sim, uma certa forma de estar.O entretenimento é feito através da música e da palavra. O António Jorge Serafim tem o papel de animador, conta histórias com mais graça ou contos mais profundos, vai interagindo com o público e apresentando as canções, um pouco como se fosse um serão..
Como descrevem este disco, em termos de canções?
Este disco tem canções fortes, bonitas, divertidas; como tem vários autores e várias vozes, acaba por se ouvir como quem lê um livrco, de uma ponta à outra. Começa numa moda e acaba noutra, dando algumas voltas por histórias passadas no Alentejo.
A selecção de repertório obrigou a que algum tema ficasse de fora, com muita pena vossa?
Que me lembre não..houve realmente um esforço combinado para que todas as ideias fossem levadas até ao fim.
Como avaliam a projecção actual do Cante?
O cante existe há muito tempo, com mais ou menos cantadores, mas é um património sólido que tem um enorme respeito pelos músicos.
A elevação veio ajudar a promover ou por outro lado trouxe alguns projctos que desvirtuaram o cante?
Quando uma coisa fica famosa há sempre mais propostas semelhantes a surgir, dentro delas haverá boas, bem intencionadas e outras mais fracas..
O que esperam ouvir de quem ouça este disco?
Que gostaram!
Qual a mensagem que deixam ao nossos leitores?
Havemos de nos ver um dia…