“The Mamba King” é o mais recente trabalho discográfico da banda The Black Mamba e foi o fio condutor para a entrevista que o grupo concedeu ao Infocul.
Um disco que começa a ganhar dimensões de fenómeno, com o single “Believe” a atingir 1 milhão de visualizações no Youtube e com o Infocul a poder adiantar que em breve haverá novo single. Enquanto não chega, deixamos a entrevista, abaixo, realizada à banda.
O que traz este disco ao percurso dos The Black Mamba?
Este disco é um statement na nossa carreira. É um disco mais bem conseguido do que os anteriores no que respeita a captar a essência da banda. Sempre fomos uma banda de live, de concertos, e neste disco conseguimos de uma forma mais pensada captar essa essência. A produção do disco está noutro patamar. Tivemos um produtor que nos ajudou muito e conseguimos um bom resultado.
A língua inglesa é a que melhor transmite as emoções deste projecto?
Aconteceu de uma forma natural. No início até tínhamos músicas cantadas em português mas o Tatanka começou a escrever em inglês. Para uma banda como nós e com as nossas pretensões de internacionalizar o projecto, a língua inglesa faz sentido, encaixa melhor no projecto. Mas a forma como o inglês surgiu foi muito natural.
Este disco viaja entre a realidade e a ficção?
Sim, The Mamba King acaba por ser um personagem. O nosso disco anterior, Dirty Little Brother, falava das nossas vivências naquele momento, de uma vida mais boémia, da noite, de experiências mais loucas que se reflectiram nos temas mais psicadélicos. Aqui este The Mamba King é um personagem que contém as nossas experiências mas agora de forma mais ficcionada: já somos chefes de família, casados e com filhos, estamos mais atinados. É um bocado ficção com realidade à mistura.
Qual a mensagem que pretendem transmitir?
Acima de tudo é uma mensagem positiva, de amor e esperança.
Pode-se definir este disco em apenas um género musical?
Este disco tem um pouco de vários estilos: um pouco de rock, alguns temas mais psicadélicos, funk, R&B… mas o elo de ligação é a música negra anos 60, 70 com uma linguagem mais old school mas com toques modernos. É essa a janela sónica que torna este disco mais homogéneo.
Como correu a apresentação do disco no Musicbox? Superou as expectativas?
Sim, não sabíamos bem o que ia acontecer. Foi a primeira vez que tocámos algumas das músicas novas… A receptividade do público foi óptima, o som estava incrível… Correu tudo muito bem, ficámos muito contentes.
Podemos afirmar que este disco tem África, América e Europa na sua sonoridade?
Sim, tem um pouco do rock britânico mais psicadélico, é também muito marcado pelo som da música afro-americana dos anos 60, 70, como já explicámos mais acima.
Quais os maiores desafios para este disco?
O maior desafio é sempre tentar chegar ao maior número de pessoas possível. Até à data está a correr bem: “Believe”, o nosso segundo single, já atingiu um milhão de views no Youtube; “Stronger”, o primeiro single retirado deste álbum, conta com um milhão de plays no Spotify. Estamos muito felizes, agora é continuar.
Quem vos acompanhou na gravação do disco e quem o integra?
A produção do disco ficou a cargo do João André, um produtor incrível, nosso amigo e excelente pessoa. O nosso grupo completa-se com o Pity, Gui Salgueiro, Marco Pombinho, Ricardo Branco, Diogo Santos, Chico Fernandes, Diogo Duque, Diana Martinez, Tó Cruz, Gileno Santana, Junior Maceió, Rui Gonçalves, Orlanda Guillande, Bruno Vieira…
O público da Gafanha da Nazaré merece destaque neste disco. Quando surge a ideia e porquê?
Esta ideia surgiu quando estávamos na pré-produção do disco. É um tema que gravámos com o público da Gafanha num concerto num auditório. Sempre que cantávamos esta música havia um momento em que o Tatanka pedia às pessoas para cantarem e o resultado era um momento lindo. Achámos que seria interessante captar essa energia para o álbum.
The Mamba King. Quando surge este título e porquê a escolha?
Este nome apareceu numa intro que criámos para a nossa tournée antiga, de 2015. Fizemos uma intro com uma voz off, um amigo nosso que elaborou um texto sobre a “black mamba” e no final da narração ouvia-se “the mamba king” de forma repetida, como em eco, e soava a algo muito forte e sonante. Daí surgiu a ideia de dar este nome ao álbum.
Qual a importância das redes sociais para o vosso trabalho e como é a interacção com os fãs?
Hoje em dia qualquer banda ou artista que deseje que a sua música chegue ao maior número de pessoas não pode descurar as redes sociais. É muito importante. Acaba por ser uma montra da expressão da banda. Tentamos sempre ser nós a responder às mensagens e às perguntas dos fãs.
Dedicam muito tempo às redes sociais? São vocês que as gerem?
Temos uma ajuda mas estamos sempre a par de tudo e somos nós que respondemos a todas as pessoas que nos abordam.
Ao longo do vosso percurso têm feito, pontualmente, algumas parcerias com outros artistas. Com quem gostariam de gravar um tema e ainda não tenha sido possível?
Diríamos Jimi Hendrix e George Clinton, mas não vai ser possível…
Que análise fazem ao actual momento da música em Portugal?
É um bom momento. Cada vez mais se valoriza a nossa música, as pessoas vão aos concertos, é uma época dourada da música portuguesa, tanto cantada em português como noutras línguas. Aparecem novos projetos incríveis todos os anos!
A cultura continua a ser o parente pobre de Portugal, em termos políticos?
Quando nem 1% do orçamento vai para a cultura… mas há que continuar a trabalhar e lutar para que as coisas melhorem.
Qual a mensagem que deixam aos nossos leitores?
A nível pessoal, que queremos continuar a fazer música por muitos anos e que esperamos que estejam desse lado para a poderem apreciar. De forma mais global, que valorizem todos os nossos artistas! (sorriem)