O Village Underground Lisboa celebra hoje o seu 5º aniversário e ao mesmo tempo inaugura uma nova entrada, sita na Avenida da Índia, ao invés da entrada pelo espaço da Carris feita até aqui. Nesta cerimónia marcaram presença o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina, a Ministra da Cultura, Graça Fonseca, a Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho, entre outras entidades.
Uma das co-fundadoras do espaço, Mariana Duarte Silva, antes da cerimónia falou ao Infocul e explicou que “tem sido um óptimo desafio, uma grande aventura, cheia de altos e baixos. Primeiro foi a aventura de conseguir criar o espaço e abri-lo. E ao longo dos cinco anos tem sido uma aventura tentar mantê-lo de pé, temos conseguido e estamos cheios de vontade de continuar aqui e fazer tudo o que queremos fazer pela cidade de Lisboa”.
Para quem não conheça o Village Underground Lisboa, Mariana diz ser “um espaço cultural, basicamente, um palco de novos talentos mas também de talentos estabelecidos. É um palco onde não se passa apenas música mas também dança, teatro, poesia e Street Art. É também um espaço de co-working para as indústrias criativas. Aliás, começou por ser um espaço de co-working e transformou-se num espaço cultural, e é também um restaurante aberto ao público dentro de um autocarro. Mas é um local de encontro de pessoas que veem de todo o lado e querem passar um bom momento”.
Actualmente “temos cerca de 30 pessoas em diferentes projectos, umas agrupadas em empresas mas a maior parte delas são freelancers” e os próximos desafios são “manter o espaço dinâmico, não cair na tentação de fazer sempre o mesmo. Um grande desafio que conseguimos alcançar foi a abertura desta porta, o que quer dizer que estamos abertos ao mundo e as pessoas vão entrar em grande. Até aqui estávamos a desempenhar o nosso papel mas sempre um bocadinho escondidos”.
“Tenho o prazer de anunciar que iremos trabalhar em conjunto num futuro próximo para desenvolver ideias de promoção de um turismo mais sustentável para a nossa cidade”
No discurso relembrou ainda o outro co-fundador, Tom Foxcroft, que irá participar mais tarde na festa, vindo directamente de Londres. Disse ainda que “se até aqui estávamos bem situados dentro da Estação de Santo Amaro mas mesmo assim um pouco escondidos, a partir de hoje estamos abertos ao mundo, através da nova entrada que inauguramos”. Agradeceu ao “primeiro-ministro António Costa que iria estar presente até que a sua agenda foi alterada, que ainda enquanto presidente da CML criou as condições necessárias para o nascimento de novos negócios que resultaram em empresas que hoje têm um enorme sucesso em áreas como a tecnologia, turismo mas também indústrias criativas” destacando aquilo que “na altura parecia ambicioso mas que na realidade colocou Lisboa no mapa mundial de projectos inovadores”.
Anunciou ainda uma novidade, “está aqui também a Secretária de Estado do Turismo, Ana Godinho, com quem tenho o prazer de anunciar que iremos trabalhar em conjunto num futuro próximo para desenvolver ideias de promoção de um turismo mais sustentável para a nossa cidade. Obrigada desde já pela confiança”.
“Tem uma importância muito grande como âncora transformadora”
A Ministra da Cultura, Graça Fonseca, em declarações ao Infocul disse que “hoje é um dia importante para o Village porque além de ser o seu aniversário temos aqui esta abertura para a Avenida da Índia, era algo que o Village muito desejava para ter uma entrada mais directa e também as pessoas serem mais convidadas a entrar ao passar aqui nesta zona”, recordando que “eu tive na origem do Village, quando o Village surgiu, e portanto tenho uma ligação muito pessoal ao Village. E sempre acreditei que projectos e espaços como o Village, que têm espaço de co-working que aqui consegue atrair indústrias culturais e criativas, que mistura arte com tecnologia e debate social. Com esta questão de ser um espaço diferente em que as pessoas trabalham em contentores e autocarros, tem uma importância muito grande como âncora transformadora neste caso de uma cidade, um território, um país e de aproximar mais as novas gerações. No fundo dar-lhes uma oportunidade para quem está a começar a criar, principalmente, nas áreas criativas”.
Valorizou ainda o facto de “ao longo destes cinco anos têm passado por aqui muitos projectos na área de media, marketing, design e portanto daqui tem surgido muitos novos projectos nas novas áreas”.
“O Village foi um dos projectos candidatos que vai agora iniciar um projecto nesta área da sustentabilidade no turismo”
Ana Mendes Godinho, Secretária de Estado do Turismo, em declarações ao Infocul, começou por referir que “o turismo cultural é o maior activo que nos permite diferenciar-nos uns dos outros. E se hoje as pessoas estão cada vez mais fartas de ir para destinos iguais, aquilo que de facto motiva as pessoas é vir descobrir sítios diferentes, e aquilo que temos de diferente e nos permite cada vez mais afirmar como únicos, genuínos e autênticos é a cultura”.
Por esse mesmo motivo, “temos trabalhado muito sempre em colaboração com os agentes culturais, entre o Turismo de Portugal e o Ministério da Cultura temos estado sempre a trabalhar, nomeadamente em alguns projectos concretos como o Revive, em que num trabalho conjunto conseguimos identificar património que não estava a ser utilizado para ser transformado em património útil, activo nas várias regiões em que está. Para ser uma âncora para levar pessoas para lá, é o caso de Alter como também o Mosteiro de Arouca, que permite conjugar com os Passadiços do Paiva, é conjugar cada vez mais um factor de diferenciação de Portugal”.
Este trabalho tem permitido “atingir públicos cada vez mais disponíveis para conhecer o país, aquilo que é autêntico, estão dispostos a gastar mais em produtos que não encontram em mais sítio nenhum, apenas aqui, e portanto acho que é nesta área que temos todos de trabalhar em conjunto para conseguir dar visibilidade às coisas única que temos”.
Confessou que continua a ser um desafio “conseguirmos que o turismo seja um instrumento sustentável, que garanta por exemplo fluxo todo o ano e não seja apenas actividade sazonal, mas também que seja um instrumento de retorno para os territórios e para a sociedade”.
E anunciou então que “o Village é exemplo disso, por isso é que o Village foi um dos primeiros projectos aprovados na linha da sustentabilidade, criámos uma linha de sustentabilidade para desenvolvimento das comunidades locais e para que o turismo deixe mais retorno na sociedade e nos territórios. E o Village foi um dos projectos candidatos que vai agora iniciar um projecto nesta área da sustentabilidade no turismo”.
Destacar ainda que foi prestada homenagem a João Vasconcelos, como demonstra a fotografia abaixo, captada pela Secretária de Estado do Turismo, Ana Mendes Godinho.
