Caixa Alfama: Buba Espinho trouxe o melhor do Alentejo ao coração do Fado, na noite desta sexta-feira, 27 de Setembro.
A 12ª edição do maior festival de fado do mundo, agora novamente Caixa Alfama – depois de já ter sido Santa Casa Alfama, começou esta sexta-feira, 27 de Setembro.
Artigo relacionado: Caixa Alfama 2024: Horários, locais e mapa
As actuações no palco principal abriram com Buba Espinho e não podia ter corrido melhor.
O jovem alentejano está num extraordinário momento profissional e em palco solta-se de forma graciosa, divertida na interação com o público e intensa na interpretação dos temas.
Nesse sentido, o artista parece ter encontrado a sua melhor versão e no Caixa Alfama esteve soberbo em tudo o que fez.
Nas graças que disse ao público, no enquadramento que fez das canções e dos fados interpretados, na opinião dada sobre a importância da música tradicional portuguesa na identidade do país e até na recordação história (porém ainda actual, infelizmente) do esquecimento a que o Alentejo é sujeito demasiadas vezes, para o tão grandioso valor (humano, patrimonial e artístico) que possui.
O seu espectáculo não foi somente de fado, porém foi repleto de portugalidade, bom gosto e eclético, com forte presença de público (comparativamente a anos anteriores no concerto que abre o palco principal) que o acarinhou bastante.
Por entre lisboetas, alentejanos e demais gentes de geografias diversas, ninguém ficou indiferente ao bom rebelde de Beja (há lá outros certamente) e ao seu talento.
Assim, passou por alguns temas da sua discografia, percorreu modas do Alentejo e contemplou o Fado, lembrando os tempos em que veio do Alentejo para Lisboa, para cantar nas casas de fado.
Particularmente, foi dos concertos em intencionalidade, emoção e sensibilidade senti por parte de Buba Espinho, deixando-me particularmente feliz ver, e sentir, o crescimento de um jovem que ainda tem tanto por dar e por quem os melómanos devem sentir orgulho.
Instrumentalmente, uma palavra de louvor para os músicos que o acompanharam, fazendo aqui destaque a Luís Aleixo que além da parte instrumental exibiu ainda qualidade vocal em vários momentos (um nome a ter em atenção).
Por fim, destacar que do alinhamento constaram temas como ‘Jardim Paraíso’, ‘Afã’, ‘Ao teu ouvido, ‘Gotinha de Água’, ‘Casa’, ‘Não é tarde nem é cedo’, ‘Menina estás à janela’, ‘Um dia hei de voltar’ ou ainda ‘Os Guardas’.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Carlos Pedroso