Chega empata com PS em número de deputados e pode tornar-se segunda força política com votos da emigração, nestas eleições.
Com quase todos os votos apurados nas legislativas de 2025 — faltando apenas o círculo da emigração — a Aliança Democrática (AD), coligação entre PSD e CDS-PP, venceu com 32,10% dos votos e 86 deputados eleitos. A confirmação chegou com o fecho das urnas em 3.092 freguesias, consolidando a direita como a principal força política no novo Parlamento.
Porém, o maior foco pós-eleitoral recai sobre o empate técnico entre o PS e o Chega. Ambos elegeram 58 deputados, mas os socialistas mantêm uma vantagem mínima em percentagem: 23,38% contra os 22,56% do Chega. Ainda assim, o desfecho final pode alterar esta ordem.
É que o círculo da emigração, que atribui quatro mandatos e cujos resultados só serão conhecidos nos próximos dias, poderá favorecer a extrema-direita. Em 2024, o Chega conquistou dois deputados nesse círculo, enquanto o PS garantiu apenas um. Se o cenário se repetir, o partido liderado por André Ventura pode tornar-se a segunda maior força política no Parlamento português.
A Iniciativa Liberal também tem motivos para celebrar. Com 5,53% dos votos, aumentou a sua bancada para nove deputados, reforçando o seu espaço na direita parlamentar.
Do lado da esquerda, só o Livre apresenta crescimento. Com 4,20% dos votos, o partido passou de quatro para seis deputados, assumindo-se como o único da área progressista a ganhar terreno.
Em sentido contrário, CDU e BE sofreram perdas significativas. A coligação comunista ficou-se pelos 3,03% e três deputados, menos um do que nas eleições anteriores. Já o Bloco de Esquerda viveu uma das noites mais difíceis, com apenas 2% dos votos e um deputado eleito, igualando o resultado do PAN (1,36%) e do estreante JPP (0,34%), que conseguiu também entrar no Parlamento.
Com uma esquerda parlamentar enfraquecida e uma direita em clara ascensão, os resultados finais do círculo da emigração serão determinantes para definir o peso real de cada bloco. Num Parlamento cada vez mais fragmentado, os próximos dias serão decisivos para se perceber quem, afinal, liderará a oposição — e com que força.
Para já, Chega empata com PS em número de deputados e pode tornar-se segunda força política com votos da emigração.