Kendrick Lamar no invervalo do Super Bowl

Kendrick Lamar no invervalo do Super Bowl era a proposta musical para atrair toda a atenção mediática deste domingo, além da final da taça da NFL. 

O rapper vencedor do Prémio Pulitzer escolheu um espetáculo mais opinativo e esqueceu a componente do espetacular e efeitos especiais, que lhe deu uma indiferença total por parte da audiência presente apesar da qualidade das suas letras, até à parte em que lança farpas ao seu rival Drake.  

O espetáculo do intervalo do Super Bowl costuma ter uma performance musical altamente coreografada e patrocinada por grandes marcas, utilizada para atrair pessoas que não seguem a NFL a ligarem a televisão, garantindo taxas de publicidade ainda mais elevadas para marcas gigantes. Ao longo dos anos, proporcionou momentos de grande espetáculo: Prince a tocar Purple Rain à chuva ou Rihanna a anunciar a sua gravidez e nomes como Michael Jackson, ZZ Top, Stevie Wonder, The Rolling Stones, Paul McCartney, Kid Rock, Justin Timberlake, Shania Twain, Sting, U2, Bruno Mars, The Weeknd, Coldplay e Eminem. Grandes nomes e a lista não foi exposta nem a metade.

Lamar está numa fase irreverente da sua carreira e no auge da sua popularidade mainstream: em 2024, lançou uma série de “diss tracks” contra Drake. “Diss tacks” são gravações de hip hop ou rap destinadas a desprezar ou atacar outra pessoa ou grupo. Este álbum culmina na “diss track” “Not Like Us”, uma canção que passou o verão no topo da Billboard 200 e que, de forma explícita, chama Drake de pedófilo. É uma canção de desafio e celebração, mas com um tom provocador que não se encaixa no espírito do Super Bowl. 

O espetáculo foi desigual, mas ambicioso, e começou com Samuel L. Jackson no papel de Tio Sam, personificando a máquina americana a repreender Lamar: “Sou o teu Tio Sam, e este é o grande jogo americano”.

Lamar iniciou o espetáculo no topo de um Buick Grand National GNX de 1987, o raro carro que dá nome ao seu álbum. O espetáculo aqueceu com “Squabble Up” e “Humble”, enquanto bailarinos inundavam o palco vestidos com fatos de treino vermelhos, brancos e azuis numa referência à bandeira americana.

A atuação, em certos momentos, mais parecia uma peça de teatro com monólogos líricos densos e uma interação entre dança, os monólogos de Jackson e faixas de álbuns de Lamar que nem sempre se misturavam na perfeição. 

Em vez de cantar, a meio do espetáculo, Lamar apresentou “Luther” e “All the Stars”, os seus duetos com SZA, cuja voz poderosa deu ao espetáculo uma atmosfera mais rica e equilibrada. Francamente mais musical do que a parte anterior. 

Mas então Kendrick fez o desvio que todos esperavam e interpretou o tema “Not Like Us”, e aí o público ficou eufórico.  Com um sorriso maníaco, olhou diretamente para a câmara e disse “Hey Drake”, antes de começar a sua implacável crítica. Suavizou alguns dos versos mais agressivos – censurando-se a si próprio ao evitar a palavra “pedófilo”, provavelmente a conselho dos seus advogados, mas manteve o golpe devastador da frase “Tryna strike a chord and it’s probably A minor”. Como golpe final, Serena Williams, ex-namorada de Drake, foi vista a dançar junto a um poste de iluminação. Os Chiefs podiam estar a perder por 27 pontos ao intervalo, mas o maior derrotado na América do Norte naquele momento era Drake.

Pode ver a perforamance completa a partir deste link: https://www.youtube.com/watch?v=KDorKy-13ak

Leia também: Philadelphia Eagles venceram o Super Bowl

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