Ramalho Eanes: “Esta esquerda nova não tem nada que ver com a esquerda velha, que defendia a igualdade, liberdade e dignidade”

D.R.

Em entrevista ao Jornal Nascer do Sol, o ex-presidente da República, Ramalho Eanes, abordou a polémica retirada dos brasões da Praça do Império.

Ramalho Eanes destacou que deve-se analisar cada época e acontecimento no seu contexto, explicando que “sem império dificilmente teríamos mantido a independência em certas épocas. Seríamos uma Catalunha ‘menos’. O império fez com que conseguíssemos manter-nos soberanos nos momentos mais difíceis“.

Ramalho Eanes esteve presente na guerra colonial, em África, participando, posteriormente, no 25 de Abril, além de ter sido um dos heróis do 25 de Novembro.

O ex-presidente da República disse que “o que caracteriza um povo é a sua personalidade, a sua unidade e a sua continuidade, tanto nas coisas boas como nas coisas más“, falando ainda na obrigação de, em cada momento, “respeitar essa personalidade, manter a sua memória coletiva e garantir a continuidade, permitindo que ela se mantenha ao longo da História“.

Acabar com a memória do passado não é correto, é desnecessário e é indesejável“, mostrando assim ser a favor da conservação dos brasões e contra a sua remoção.

Na mesma entrevista fez fortes críticas à “Nova Esquerda”, dizendo que “o desrespeito desta esquerda festiva em relação ao passado do país é uma atitude indesejável“, dando conta de que “esta esquerda nova não tem nada que ver com a esquerda velha, que defendia a igualdade, liberdade e dignidade

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