Ricardo Ribeiro encerrou em beleza o Caixa Alfama

Ricardo Ribeiro encerrou em beleza o Caixa Alfama, na noite de ontem – 28 de Setembro, no palco principal.

O Festival Caixa Alfama teve, este sábado – 28 de Setembro, o segundo e último dia da sua 12ª edição, em Lisboa.

Assim, coube ao fadista nascido na Ajuda a responsabilidade de encerrar a 12ª edição do certame.

Acompanhado por José Manuel Neto, Carlos Manuel Proença e Daniel Pinto, Ricardo Ribeiro não deixou créditos em mãos alheias, ou neste caso em voz alheia.

Primeiramente, começou por elogiar a decisão do festival em homenagear o seu padrinho de fado, Fernando Maurício, destacando a obra e percurso do “Mestre”.

Seguidamente, foi apostando num alinhamento muito bem construído, clássico, com diferentes dinâmicas, colocando o público como integrante do espectáculo através de uma assertiva interação.

Vocalmente, Ricardo Ribeiro apresentou todos os recursos que lhe são já conhecidos, gerindo muito bem os momentos de contenção e expressividade, melismático quando necessária, prestando homenagem a alguns dos nomes maiores da cultura portuguesa, como por exemplo Gil Vicente, entre outros.

Nesse sentido, obviamente que também prestou homenagem ao ‘Mestre’ Fernando Maurício, através de alguns temas, entre os quais ‘Moreninha da Travessa’.

Neste espectáculo, é de superior importância destacar o seu trio de instrumentistas, pela qualidade e elegância, com destaque para José Manuel Neto e Carlos Manuel Proença, com o importante desempenho de Daniel Pinto.

Do alinhamento, longo mas bom, constaram temas como ‘Lírio Roxo’, Não rias’, ‘Meu amor não vale a pena’, ‘Entrega’, ‘Tirai os olhos de Mim’ ou ainda ‘Mondadeiras’.

Por fim, destacar que em vários anos em que o ouvi cantar, este foi dos concertos melhor conseguidos que vi ao artista Ricardo Ribeiro. Todas as suas vastas influências, da música árabe à canção nacional, do conhecido gosto pela leitura, do permanente questionamento intelectual sobre si e sobre o mundo, tudo foi servido ao público através da voz, bem suportada numa linguagem física intensa, mas não excessiva.

Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Nuno Almeida

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