“Vergonhoso!” — Melânia Gomes em choque com decisão que permite regresso de professor condenado por abusos a menina de 12 anos, assinalou.
Tribunal da Relação do Porto autoriza regresso à docência
Um professor condenado por abusar sexualmente de uma aluna de 12 anos, numa escola de Matosinhos, poderá regressar à atividade docente. A decisão, proferida pelo Tribunal da Relação do Porto, foi revelada num acórdão a que a agência Lusa teve acesso.
O caso, que já provocou forte indignação pública, reacendeu o debate sobre a forma como o sistema judicial português lida com crimes de natureza sexual, sobretudo quando envolvem menores.
“Nunca é só um comportamento isolado” — Melânia Gomes reage com indignação
Entre as muitas vozes críticas, destacou-se a da atriz Melânia Gomes, que recorreu às redes sociais para manifestar repulsa e desagrado pela decisão. Na sua publicação, a artista condenou o desfecho e apelou à reflexão sobre a proteção das crianças.
“Não, meus senhores, nunca é ‘só um comportamento isolado’… (Só). Especializem-se nessa área, já que uma em cada cinco crianças é vítima de violência sexual na Europa (isso inclui contactos físicos inapropriados, violação, assédio sexual, aliciamento, exibicionismo, exploração para fins de prostituição e pornografia, chantagem e extorsão sexual online)”, escreveu.
“Ninguém imagina o inferno que é todo este processo”
A atriz foi mais longe nas críticas, questionando a forma como o sistema judicial trata os casos de abuso e o impacto devastador que têm nas vítimas. “Ou então peçam um parecer a profissionais. Já começa a dar demasiado nas vistas. […] Ninguém imagina o inferno que é todo este processo até se conseguir chegar ao ponto do agressor ser condenado”, lamentou.
De seguida, destacou a ironia da altura do ano em que a decisão surge. “Acrescento só que novembro é ironicamente o mês dos Direitos das Crianças… Mas que direitos? E de que serve ter direitos, se quem as devia defender e proteger, não o faz… É só vergonhoso.”
“A criança não está no centro da questão”
Melânia Gomes encerrou a sua publicação com uma reflexão sobre a falta de prioridade dada às vítimas menores e um apelo à consciência coletiva. “A 20 de novembro assinala-se o 36.º aniversário da Convenção sobre os Direitos da Criança, o tratado internacional adotado pelas Nações Unidas que reconhece os direitos de todas as crianças a crescer com proteção, respeito e dignidade. Repito: proteção, respeito e dignidade.”
Por fim, deixou uma mensagem contundente, que resume a revolta de muitos perante o caso: “Uma vez mais: A criança não está no centro da questão, mas sim a carreira do adulto… Muito triste e revoltante.”
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