No segundo dia do Festival Artes à Vila, a decorrer de 27 a 30 de Junho, na Batalha, o fadista Paulo Bragança subiu ao palco situado nas Capelas Imperfeitas.
Antes, destaque-se a inauguração da Exposição Bienal Cerveira e as actuações de Tumbala por vários pontos da Batalha e de Catarata no Claustro Afonso V (no Mosteiro da Batalha).
Pelas 21:30, nas Capelas Imperfeitas, no Mosteiro da Batalha, subiu a palco o fadista Paulo Bragança. De negro e com um semelhante ao paramento (veste litúrgica) abriu o espectáculo com ‘Entrega’ e seguidamente ‘Rosa Negra’.
Ao público que esgotou a lotação do espaço disse que “já cantei em espaços muitos bonitos mas é uma honra estar aqui”, acrescentando que “espero estar à altura do que esperam” e ressalvando que “eu ou estou ou não estou, e eu estou aqui de corpo e alma”.
Paulo Bragança, quiçá motivado pela grandiosidade do espaço em que actuara, proporcionou um espectáculo de diferentes tonalidades emocionais, num alinhamento bem escolhido e com uma interpretação positiva.
Acompanhado por Luís Coelho, na guitarra portuguesa, André Santos, na viola de fado, e Jorge Carreiro, no contrabaixo, o fadista foi, tema a tema, conquistando o supremo que tinha por diante.
‘Biografia do Fado’ e ‘Que fazes aí Lisboa’ antecederam um tema que “gravei no meu disco Mistérios do Fado, em 1996, um tema que gostava de ter sido eu a escrever mas não fui”, disse Paulo Bragança, antes de interpretar ‘Mistérios do Fado’.
‘Lisboa a Namorar’ antecedeu uma imersão pelo fado tradicional e posterior caminhada para o apogeu de um espectáculo em que o público lhe tributou fortes ovações.
Destaque para as menções que fez a Naifa e a Zé Pedro, dos Xutos & Pontapés, numa performance surpreendente e em que demonstrou algumas das qualidades que, em tempos, fizeram de Paulo Bragança um caso de sucesso no fado.
Texto: Rui Lavrador
Fotografia: Hugo Janota
Poderá, ainda, ler AQUI a entrevista que Paulo Bragança concedeu ao Infocul.