Pedro Chagas Freitas alerta para os perigos da dor escondida: “A dor em segredo pode matar”

Pedro Chagas Freitas alerta para os perigos da dor escondida: “A dor em segredo pode matar”, assinalou nas redes sociais.

Reflexão sobre a dor silenciosa

O escritor Pedro Chagas Freitas partilhou nas redes sociais uma reflexão profunda sobre a dor que não é partilhada. Segundo ele, esconder sentimentos pode ter consequências graves:

“A dor em silêncio pode matar. A dor em segredo pode matar. Traz depressão ou loucura, ou ambas. A dor às escondidas é traiçoeira, faz parecer que não é, mas é. A dor em segredo é uma dor cada vez maior, cada vez mais funda, cada vez com mais lodo pelo meio, com mais feridas, com mais sangue, pelo meio”, escreveu o autor.

Ele defende que é fundamental normalizar a tristeza e enfrentá-la de forma consciente:

“Normalize-se a dor, a tristeza. Faça-se dela o que tem de ser: apenas uma parte do que temos de ser. Sem vitimismos, sem pessimismos, mas com coragem. Quando finges que não sentes, estás a deixar de sentir. Estás a fazer de conta. A hipocrisia, quando é de nós para nós, pode ser fatal”.

A hipocrisia e a construção de máscaras

Pedro Chagas Freitas alerta ainda para os perigos de esconder a própria dor:

“Quando mentimos perante quem somos, deixamos lentamente de ser quem somos. Somos uma personagem, um embuste, uma construção de gesso, a segundos de estalar. Queremos parecer sempre felizes, sempre bem-sucedidos, atiramos a falha para longe, para um canto subterrâneo, afastada do que mostramos. Depois, aos poucos, aquela cave vai acumulando mais lixo, mais porcaria. Só quando ficamos soterrados, emparedados entre a cave pútrida e o abismo, é que pensamos em reagir, mas é tarde de mais. A dor em segredo pode matar”.

O autor sublinha a importância de reconhecer os sentimentos, mesmo os mais difíceis:

“A dor nunca é errada, só escondê-la pode ser um erro. Ninguém sabe o que vai na cabeça do outro. A obrigação de sorrir torna-nos mentirosos passivos: é a mentira que nos toma de assalto, como se fosse ela a salvação. Somos fantoches de uma mentira que nos apazigue o desespero. Mentimos, fazemos de conta. Há sorrisos que podem matar, e podem às vezes ser os nossos”.

A tristeza também precisa de ser normalizada

“Queremos parecer felizes para parecermos normais. A tristeza também tem de ser normal. A normalidade pode asfixiar, fazer-nos falsear o que sentimos, correr para longe do que não queremos sentir. Há tanta solidão em tantos risos partilhados”, concluiu Pedro Chagas Freitas.

O texto faz parte do livro “O Hospital de Alfaces”, que está disponível em todos os hipermercados e livrarias.

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