Por que devemos esgotar o Campo Pequeno no dia 11 de julho: Paulo Caetano merece-o, pelos 45 anos de alternativa e pelo legado.
Texto: Rui Lavrador
Fotografia: Nuno Almeida
Num tempo em que a cultura taurina é tantas vezes incompreendida ou até desvalorizada, há nomes que exigem — e merecem — ser lembrados com respeito, admiração e gratidão. Um desses nomes é Paulo Caetano. No próximo dia 11 de julho, a emblemática arena do Campo Pequeno acolhe uma corrida muito especial: os 45 anos de alternativa de um dos maiores cavaleiros tauromáquicos da história portuguesa. Este não é apenas um marco pessoal. É uma data que deve mobilizar todos os que valorizam a cultura, a tradição e a excelência.
Um percurso de referência
Paulo Caetano não é apenas mais um nome na tauromaquia. É uma referência. Revolucionou a arte do toureio a cavalo, incorporando elegância, risco e técnica com um estilo inconfundível. Foi pioneiro na renovação estética da modalidade, inspirando gerações e elevando o estatuto do cavaleiro tauromáquico a outro patamar. Com ele, o toureio passou a ser, ainda mais, arte. Com ele, a exigência subiu — e muitos tentaram, sem sucesso, imitá-lo.
Ao longo de décadas, construiu um legado ímpar, tanto nas arenas portuguesas como além-fronteiras. E agora, com humildade e coragem, regressa à praça que mais diz aos aficionados: o Campo Pequeno. Volta para celebrar, mas também para agradecer. E nós, como público, temos a responsabilidade de responder.
Um símbolo de continuidade
Nesta corrida, Paulo Caetano não estará sozinho. Estará ao lado do seu filho, João Moura Caetano, um nome que tem honrado e dignificado o apelido. A simbologia deste momento é profunda. Celebra-se não só um percurso de 45 anos, mas também a transmissão de valores, de técnica e de paixão por uma arte que vive da entrega total. Ver pai e filho juntos na arena maior da capital é um acontecimento raro. Quase sagrado.
Num tempo em que se fala tanto de rutura, de cortes com o passado, esta corrida será a celebração da continuidade, da herança, da identidade. E isso tem um valor incalculável.
Esgotar o Campo Pequeno é um dever
Por tudo isto, esgotar o Campo Pequeno no dia 11 de julho não é apenas um gesto de apoio à festa brava. É um ato de reconhecimento. Um tributo justo a um homem que deu a vida à tauromaquia. É uma forma de dizer “obrigado” a quem tanto deu e continua a dar. Mas também é, acima de tudo, uma afirmação cultural e coletiva: de que a tauromaquia continua viva, relevante e capaz de encher praças quando há mérito.
Nesta noite, não se trata apenas de ver touros. Trata-se de ver história. De viver um momento que não se repetirá. De mostrar que o respeito e a memória não se perdem com o tempo, antes se reforçam com ele.
Paulo Caetano merece uma praça cheia. O Campo Pequeno merece uma noite memorável. E todos nós merecemos fazer parte dela.
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