“Quero que o mundo conheça o que temos aqui”, declara Buba Espinho em entrevista, após ter estado em grande, e em sua casa, no passado dia 29 de março nos Sabores no Barro, em Beringel, num concerto. Foi ele próprio, onde esteve acompanhado por amigos num momento único e que não será repetível a não ser por estas terras que tanta cultura trazem, com a mistura mais melancólica possível de tristeza e alegria.
Entrevista: André Nunes e Diogo Nora
Vídeo e voz off: André Nunes
Assim, Buba Espinho voltou onde “nada mais importa a não ser um coração a bater, uma guitarra a tocar e uma voz a cantar”. Assistimos a estes momentos com muita emoção e sangue pisado nos nossos sentimentos, fomos levados numa viagem pelo Alentejo e pelas quedas e triunfos da nossa alma.
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“Se um dia chegássemos à Ópera de Sydney”…
Em entrevista, Buba descreve como foi ali, numa localidade tão simples como Beringel, que recebeu as suas primeiras palmas, numa ligação estreita entre raízes e o futuro do seu projeto musical.
O impacto foi tal, que Buba diz-nos: “Quando vejo homens de barba rija a chorar, percebo que a música está a tocar fundo. É uma responsabilidade enorme, porque estamos a mexer com emoções reais. Para cantar estas músicas, tenho de as sentir, senão não faria sentido“.
As histórias que a História não conta
Desta forma, é um dos grandes objetivos de Buba Espinho levar o Cante Alentejano ao mundo, e passar a palavra das histórias que, se não fossem artistas como ele, perder-se-iam no tempo.
A história do sacrifício altruísta e do trabalho das pessoas do Alentejo. Aquelas histórias que a história quis esquecer, mas são os cavaleiros do Cante que passam o testemunho e contam o que aconteceu por aquele Alentejo fora, seja nos campos a céu aberto ou nas tascas mais aconchegantes que já se viram neste mundo, onde todos sabem o nome de todos, e cantam abraçados.
O Alentejo é especial mesmo na Austrália
É esta dificuldade e dicotomia entre trabalho árduo e arte que era espalhada pelo ar nas suas demonstrações mais simples, que levam Buba a querer mostrar as dificuldades extremas que aconteceram no Alentejo, assim como coisas especiais e diferentes.
Veja AQUI a entrevista e fique a saber a continuação da frase de Buba Espinho: “Se um dia chegássemos à Ópera de Sydney e cantássemos ‘É Tão Grande o Alentejo’”…