Santa Casa Alfama: Homenagem a Carlos do Carmo fechou a 9ª edição, este sábado.
A 9ª edição do Festival Santa Casa Alfama encerrou com uma Homenagem a Carlos do Carmo, no Palco Santa Casa.
Fotografias: João de Sousa
O ano de 2021 começou com a notícia do desaparecimento de alguém cuja voz se confunde com os últimos cinquenta anos de história do próprio país. Carlos do Carmo é, sem dúvida, uma figura incontornável da cultura portuguesa, da música e do Fado.
Carlos do Carmo construiu uma carreira ímpar enquanto intérprete, atravessando gerações, e recheada de êxitos como “Lisboa Menina e Moça”, “Os Putos”, “O Homem na Cidade”, “O Amarelo da Carris”, “No Teu Poema”, entre tantos outros. Além do carinho do público e dos seus pares, ao longo da sua carreira recebeu também os inevitáveis prémios e distinções: Globo de Ouro de Excelência e Mérito, Prémio Goya e, claro, o Grammy Latino na categoria “Lifetime Achievement”.
Figura unânime e incontestada, Carlos do Carmo destacou-se sempre pela forma cuidada e ao mesmo tempo inovadora com que sempre olhou para a sua matriz, o Fado, e também pelo apoio e encorajamento dado às novas gerações de fadistas. Por estes e outros motivos, a sua influência para elevar o Fado ao longo dos últimos cinquenta anos foi constante, nomeadamente quando deu o seu contributo precioso, juntamente com o Museu do Fado do qual foi também grande impulsionador, para a candidatura da nossa música a Património Imaterial da Humanidade.
Assim, vários artistas juntaram-se para um concerto especial e de homenagem ao ‘Charmoso’, como era carinhosamente reconhecido.
A vertente instrumental esteve a cargo de José Manuel Neto na guitarra portuguesa, Carlos Manuel Proença na viola e Marino de Freitas no baixo.
Sara Correia, Marco Rodrigues, Gil do Carmo, Ricardo Ribeiro, Paulo de Carvalho, Camané e Maria da Fé juntaram e interpretaram alguns dos muitos êxitos de um dos expoentes máximos da cultura portuguesa.
Alinhamento:
-Sara Correia: “Loucura” e “Júlia Florista”
-Marco Rodrigues: “Gaivota” e “Bairro Alto”
-Gil do Carmo: “Homem na cidade” e “Cacilheiro”
-Ricardo Ribeiro: “Estrela da tarde” e “No teu poema”
-Paulo de Carvalho: “Homem das castanhas” e “Os putos”
-Camané: “Vim para o fado e fiquei” e “Rosa da Noite”
-Maria da Fé: “Fado Bailado” e “Fado Pedro Rodrigues”
-Todos: “Lisboa Menina e Moça”