“Alentejano pelo Mundo”: José Diogo Bento e a promessa de um legado

“Alentejano pelo Mundo”: José Diogo Bento e a promessa de um legado, cuja primeira canção foi recentemente lançada.

José Diogo Bento é um desses nomes que, ainda em início de voo a solo, já deixa no ar o eco de algo maior: a promessa de um legado. Com o seu primeiro single, Alentejano pelo Mundo, o músico e ensaiador de Panoias, no concelho de Ourique, mostra que há formas de se reinventar sem nunca perder o chão que se pisa. E no caso dele, o chão é Alentejo — profundo, quente, identitário.

A canção que marca a sua estreia a solo é mais do que um tema bonito ou bem cantado. É uma carta de amor ao lugar de onde vem. Um abraço à terra que o formou. E também, com doçura e orgulho, uma homenagem ao pai, José Manuel Bento, autor da letra que embala a melodia composta pelo próprio José Diogo. Esta cumplicidade entre gerações não é mero acaso — é raiz.

“Alentejano pelo Mundo”: Letra, Melodia e Videoclipe: Tudo certo e coerente!

O videoclipe, filmado em Panoias, envolve quatro gerações ligadas a Ourique e traduz com imagens aquilo que a música já deixa claro: que o Alentejo cabe inteiro numa canção, e que o cante, quando é sentido, ultrapassa fronteiras. Seja nos campos de Ourique, seja no estrangeiro, onde tantos alentejanos mantêm viva a sua identidade, mesmo longe do sotaque das oliveiras.

Mas José Diogo Bento não é só intérprete ou herdeiro de um legado: é agente ativo na transmissão dessa herança. O trabalho que desenvolve com os mais novos, seja como ensaiador do Grupo Coral Infantil do Concelho de Ourique ou nas aulas de cante nas escolas, é de uma importância incalculável. Porque ensinar o cante é, mais do que manter uma tradição, ensinar uma forma de estar no mundo: lenta, humana, com tempo para sentir.

Neste tempo onde tanto da cultura se consome depressa e se esquece ainda mais rápido, o que José Diogo está a fazer é quase um ato de resistência. Mas é uma resistência serena, como só o Alentejo sabe ser. Ele não grita, não impõe. Canta. E ao cantar, mostra que tradição e modernidade não são inimigas. Podem, sim, caminhar de mãos dadas — desde que haja verdade.

José Diogo Bento: Que o povo lhe dê palco, porque a Alma e Voz ele tem sobra

“Alentejano pelo Mundo” está agora nas plataformas digitais. E quem escutar com atenção vai perceber que não é apenas uma canção. É um manifesto de identidade. É a prova de que a cultura popular portuguesa tem novos rostos que não esquecem as suas raízes. E que, com coragem e ternura, se atrevem a levá-la mais longe.

José Diogo Bento não quer apenas cantar. Quer ensinar, preservar e transformar. E fá-lo com a humildade de quem sabe que a terra é maior do que o ego. E com a ousadia de quem acredita que o Alentejo tem muito para dizer ao mundo — e que pode, afinal, ser cantado com a mesma força por miúdos e graúdos, no largo da aldeia ou num palco internacional.

Que nunca lhe falte voz. Porque a nossa cultura precisa de mais José Diogos: com alma, com causa, com verdade.

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