Amália Hoje no Coliseu dos Recreios: Entre a Tradição e a Vanguarda foi o ponto de partida e chegada do concerto.
Assim, na noite desta sexta-feira, o Coliseu dos Recreios recebeu os Amália Hoje, um projeto que revisita o repertório de Amália Rodrigues através de uma abordagem contemporânea e eletrónica.
Nesse sentido, com as vozes de Sónia Tavares (The Gift), Fernando Ribeiro (Moonspell) e Paulo Praça, sob a direção do compositor Nuno Gonçalves (The Gift), o espetáculo apresentou uma nova leitura de clássicos da fadista, acompanhados pela sua banda de apoio, pelo “Quarteto de Cordas Solistas da Casa da Música” e pelo coro “Vocal Emotion”.
O concerto destacou-se pela fusão entre a tradição e a modernidade. Contudo, destacou-se uma forte componente eletrónica a conferir novas texturas às melodias intemporais.
Simultaneamente, o alinhamento percorreu temas icónicos, oferecendo interpretações renovadas que aliaram o peso das palavras a arranjos inovadores.
Ou seja, a profundidade da interpretação, a energia em palco e o equilíbrio entre os elementos musicais deram uma nova vida às composições de Amália, num espetáculo que envolveu o público do início ao fim.
Além disso, a sonoridade eletrónica, conjugada com o acompanhamento das cordas e a força coral, reforçou a intensidade emocional do concerto.
Cada tema foi apresentado com uma nova roupagem, preservando a essência das letras e melodias. Por outro lado, transportando-as para uma dimensão mais atual.
Todavia, o espetáculo evidenciou a expressividade das vozes, a entrega em palco e a visão artística de Nuno Gonçalves. O seu virtuosismo esteve presente na estrutura e nos arranjos das canções.
Com um Coliseu dos Recreios cheio, os Amália Hoje apresentaram um concerto que conjugou modernidade e tradição. Marcado pela forte componente eletrónica, pela expressividade das interpretações e pelo equilíbrio entre inovação e respeito pelo legado de Amália Rodrigues.
Alinhamento de Amália Hoje no Coliseu dos Recreios:
Povo que lavas no rio
Abandono
Gaivota
Formiga
Nome de Rua
Com que voz
Grito
Rasga o Passado
Soledad
Barco Negro
Medo
Fado Português
Lisboa Não Sejas Francesa
Estranha Forma de Vida
L’Important C’Est La Rose
Fado Amália
Foi Deus
Texto: Rui Lavrador / Fotografias: João de Sousa