Festival Taurino em Mourão teve toureio para todos os gostos, este sábado.

Texto e Fotografias: Roberto Pingas Rodrigues
A 4 de Fevereiro de 2023 realizou-se o segundo festival taurino da temporada do presente ano, em Mourão.
Frente a novilhos/touros da ganadaria Murteira Grave actuaram Luís Rouxinol Jr. e o praticante António Ribeiro Telles, a cavalo, enquanto a pé, actuaram Domingo Lopez-Chaves, Manuel Dias Gomes, Tomás Rufo e Manuel Caballero. Actuaram ainda os forcados amadores de Santarém.
Deu-se início ao festival com as cortesias, seguindo-se uma entrega de prémios a Domingo Lopez-Chaves, por este ano se retirar da função de matador de touros e também a Tomás Rufo pelo seu jovem percurso recheado de triunfos.
Depois das homenagens e cortesias findadas, deu-se início ao festival. Luis Rouxinol Jr., encarregue de abrir praça, teve por diante um novilho/touro carregado de manhas, pouco solto, que se foi abrindo com o desenrolar da lide. O cavaleiro teve ainda um percalço aquando de uma escorregadela do cavalo. Ginete de raça que não vira costas à luta, recompôs-se na sua montada, deu a volta por cima. Manuel Ribeiro de Almeida, dos forcados de Santarém, consumou à terceira tentativa.
O segundo actuante da tarde foi o praticante António Ribeiro Telles [filho], que apresentou uma lide bem templada e muito bem conseguida. O jovem apostou em tourear de frente, batendo ao píton contrário aquando da chamada e com o máximo de temple, cravou ao estribo. José Maria Gonçalves consumou a pega ao primeiro tento.
Depois de alisamento da arena, entrou em praça Lopez-Chaves para uma prestação de enorme valor, sacando tudo o que o novilho de Murteira Grave tinha para dar. O matador lidou a gosto, encantando o público alvo (espanhóis) com o seu labor.
Manuel Dias Gomes, não tendo tanta oportunidade quando desejaria, quis hoje mostrar tudo aquilo que sabe e tem aprendido nestes anos que já leva enquanto matador. Não obteve tanta repetição da parte do novilho, por este ser menos nobre, também andou solto e sem interesse em investir. Ainda assim, Manuel tirou uma faena recheada de bons passes, tanto no capote como na muleta, não querendo ficar atrás do anterior interveniente, mantendo sempre a lide “alegre”.
Já a Tomás Rufo, tocou em sorte a “fava” do curro, mesmo brindando ao ganadeiro. A lide foi a menos, novilho e Rufo acabaram por não romper. Na retina ficam algumas repetições que o novilho permitiu que o matador fizesse. Rufo terá certamente mais oportunidades de se mostrar em Portugal e em praças de maior categoria.
Fechou o festival, Manuel Caballero, toureando de largo, não conseguindo cativar o público a ficar até ao fim. O jovem novilheiro tem ganas de triunfo, com técnica, mas só a experiência o levará a outros patamares.
O tempo seco e frio não afectou a afluência das gentes de vários pontos do país e também de além fronteiras. O tauródromo encheu quase na totalidade para ver e aplaudir os intervenientes desta tarde.
Festival dirigido por Agostinho Borges, assessorado por Ana Isabel Gião. O cornetim presente foi Ricardo Fernandes.