Caixa Alfama: Francisco Moreira honrou Fernando Maurício, na tarde de ontem, no rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa.
A 12ª edição do maior festival de fado do mundo, agora novamente Caixa Alfama – depois de já ter sido Santa Casa Alfama, começou esta sexta-feira.
Artigo relacionado: Caixa Alfama 2024: Horários, locais e mapa
Esta sexta-feira, no Palco Ermelinda de Freita, sito no rooftop do Terminal de Cruzeiros de Lisboa e com vista privilegiada sobre o Tejo e Alfama, actuaram os jovens Rodrigo Lourenço, Francisco Moreira e Miguel Moura.
O repertório apresentado foi de homenagem a Fernando Maurício.
Porém, do trio de vozes actuantes, destaque para Francisco Moreira.
O jovem nortenho foi aquele que mais conseguiu valorizar a palavra cantada, as divisões silábicas e aplicar a emoção e intencionalidades certas a cada momento.
Primeiramente, referir que o seu percurso tem sido ascendente, sustentado, infelizmente sem o mediatismo que o seu talento mereceria, porém a arte não tem obrigatoriamente (nem deveria, na verdade) ser mainstream.
Assim, quem tem a sorte de ir acompanhando os passos profissionais de Francisco Moreira consegue perceber que por detrás de um ar tímido, esconde-se um enorme talento, com aprimorada sensibilidade e capaz de emocionar as almas, das mais puras às mais sofisticadas.
Ou seja, honrou, com personalidade, eloquência e brilhantismo, a obra e percurso de Fernando Maurício e deve estar profundamente orgulhoso do que exibiu neste palco.
Instrumentalmente, os três vocalistas foram acompanhados por Guilherme Banza, Bernardo Viana e Filipe Larsen (guitarra portuguesa, viola e baixo, respectivamente).
Por fim, nesse sentido, destacar o talento destes três instrumentistas que estiveram irrepreensíveis em todo o espectáculo.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Carlos Pedroso