

Entrevista a Syro: “Hoje sou pop alternativo, amanhã veremos”, disse ao Infocul.
Genesis é o primeiro disco de Diogo Lopes, conhecido artisticamente como Syro. Neste primeiro registo de originais, o alinhamento integra temas como ‘Perto de Mim’ (cerca de 10 milhões de views no YouTube), ‘Acordar’ ( mais de 4 milhões de views), ‘Casa’ e o mais recente single, ‘Rio d’Água’, que conta com a participação de Gisela João. Neste disco, destaca-se ainda a participação de Marco Rodrigues, na faixa ‘Dia de Manhã’.
De voz poderosa, carismática imagem e tendo por base a música pop, Syro tem sido um verdadeiro fenómeno nas plataformas musicais, nos últimos anos. Cada tema que lança, acaba por ser um sucesso e com isso tem conseguido aumentar a sua legião de fãs.
A 27 de Novembro, actua no Hard Club, no Porto, e a 3 de Dezembro actua no Capitólio, em Lisboa.
Antes, concedeu uma entrevista ao Infocul, na qual abordou não apenas o novo disco e os dois concertos de apresentação, bem como o seu percurso e aquilo que pretende a nível profissional.
De raciocínio claro e respostas bem estruturadas, Syro mostra-se num processo de maturação, embora sendo ainda muito jovem, que poderão fazer dele uma das mais extraordinárias estrelas pop nacionais.
Questionado se este disco era o resultado do ecletismo musical que tem denteo de si, Syro começou por dizer que “na verdade, não diria ecletismo“.
“O Genesis é o resultado de tudo aquilo que quis pôr cá fora num primeiro disco, o álbum de estreia, e o reflexo de tudo aquilo que vejo em artistas que consumo. No sentido em que eu gosto de artistas que têm várias linguagens diferentes ao longo de um disco e em que as pessoas não conseguem adivinhar o que vem num próximo disco. E é no fundo o resultado de dois anos de trabalho, são doze temas. Todos os temas distintos entre si e cada um com uma história distinta para contar“, explicou.
Antes deste disco, Syro já carregava em si algum mediatismo, fruto dos temas que foi lançando. Mas isso não retirou a responsabilidade de um primeiro disco, até porque “eu quis mostrar às pessoas outras facetas que o Syro tem“.
“Até então apenas tinha tido oportunidade de me apresentar em público sob o formato de singles e acho que um disco é a oportunidade perfeita para mostrarmos um outro lado, outras facetas do artista e assim mostrar outras coisas que também fazem parte de mim, poder cantar outro tipo de sonoridades ao vivo e mostrar outras linguagens que até então não tinha tido oportunidade de mostrar“, acrescentou.
“Este disco passou por várias fases distintas e também por dois confinamentos. Sendo que no primeiro confinamento de todos acabei por escrever 90% das obras que integram este disco à distância com todos os produtores, songwriters, com todas as pessoas envolvidas neste disco. Depois, quando finalmente conseguimos desconfinar, voltámos a reunir para concluir o que faltava e agora finalmente está cá fora este meu álbum de estreia“, disse sobre o processo criativo e de gravação do disco.
Este disco contou com várias colaborações, seja na parte escrita seja na interpretação. Syro explicou que todas as colaborações tiveram como objectivo fortalecer os temas em questão.
“Eu acho que foi quase imediato, ao escrever canções que contam com colaborações neste disco, a decisão de quem deveria integrar as canções e colaborar comigo e cantar as canções que têm a sua presença neste disco. Neste disco temos o Marco Rodrigues e a Gisela João e eu ao escrever aquelas canções, percebi que precisava daquele registo e daquela personalidade artística. Na verdade, foi muito fácil. Foi só contactá-los e perceber se tinham interesse. Felizmente tiveram interesse em participar nestas canções e eu fiquei muito feliz porque acho que vieram acrescentar e dar uma vida diferente, fora da minha linguagem, e que cada uma canção precisava também“, detalhou.
“Desde que me lembro que como consumidor de música, que gosto de ver concertos em que o artista ou a banda mostra não só a sua música, mas também muito de si, a parte visual, seja a nível de leds, seja a nível de luzes, seja a nível de cenário, até mesmo de interpretação e momentos mais cénicos e é muito disso que quero transportar para um concerto meu. Portanto, quem quiser aparecer e tiver oportunidade nos dias 27 de Novembro, no Hard Club no Porto, e no dia 3 de Dezembro, no Capitólio em Lisboa, vai absorver muito disso, de todas as minhas influências. Vão ver um concerto não só interpretativo, mas também muito cénico, com muitos cenários e adereços que foram preparados ao longo destes meses. Portanto apareçam, porque quero muito ver uma casa cheia“, desvendou, ao mesmo tempo que aguça o apetite dos fãs, sobre os espectáculos que dará no Porto e em Lisboa.
“Sendo honesto, se me dissessem há 3 anos (que foi quando comecei esta carreira e percurso como Syro e a solo) que eu iria ser cantor e dar a cara pelas canções que escrevo, eu diria que não e que era completamente impossível. Porque na verdade nunca esteve nos meus planos, interpretar as minhas próprias canções. Durante muitos anos fui baterista, freelancer, toquei para muitos artistas, tive os meus projectos. Mas a determinado momento da minha vida, senti a necessidade de ser eu próprio a dar a cara pelas canções e a interpretá-las da maneira que eu as via. Acho que tudo o que tem vindo a acontecer até hoje tem sido uma consequência disso mesmo e fico muito feliz por estar a correr bem, pelas pessoas identificarem-se com o que eu tenho para dizer e gostarem das minhas canções“, referiu, quando questionado sobre o momento em que percebeu que queria ser músico, ao mesmo tempo que recordou os tempos em que era baterista.
Numa altura em que a cultura tenta renascer, após ano e meio confinada, Syro foi questionado se ser músico era um acto de coragem.
“Pode soar a cliché, mas eu acredito na frase que diz que “quem corre por gosto não cansa”. Felizmente eu tenho a oportunidade e felicidade de acordar todos os dias de manhã sem sentir que tenho de ir trabalhar, em algo por obrigatoriedade. Faço literalmente o que gosto e sou muito feliz por ter pessoas do lado de lá que também gostam do que eu faço e isso obviamente que é um combustível para a minha vontade de fazer mais e melhor“, respondeu.
Não gostando de rótulo, mas não fugindo a definir o seu estilo musical, o músico explicou que “sendo honesto, eu sempre fui contra o rotular das coisas. E o estilo musical de um artista também não é excepção disso mesmo. Mas se tivesse de me confinar numa caixinha de um estilo musical, obviamente que sou um artista mainstream que faz pop, com algumas ramificações artísticas. Mas o que eu gosto muito nos artistas com sumo, e que quero para mim, é o facto das coisas que faço hoje puderem sofrer mutações no futuro. Acredito que um artista deve ser sempre fiel ao que faz e a pessoas que sou hoje não será certamente igual amanhã. Portanto eu espero que a música que faço hoje não seja igual amanhã. Hoje sou pop alternativo, amanhã veremos“.
Destacou ainda que gere “muito bem” as críticas e os elogios, porque “eu até costumo dizer, quando lanço um tema ou videoclipe novo, que enquanto não tiver dislikes, não estou a chegar a todo o tipo de pessoas. Obviamente que qualquer pessoa que faça qualquer tipo de arte, terá pessoas que se identificam e gostam do que fazemos, como existirão pessoas que não se identificam tanto com o nosso trabalho. Faz parte do processo e não creio que que seja assunto que retire sono a alguém. Desde que eu seja sempre honesto no trabalho que faço, acredito que irão existir sempre pessoas que se reverão no trabalho“.
Bilhetes para os concertos de apresentação:
27 DE NOVEMBRO | HARD CLUB – https://ticketline.sapo.pt/pt/evento/syro-54282
03 DE DEZEMBRO | CAPITÓLIO – https://blueticket.meo.pt/Event/5452
Alinhamento ‘GENESIS’:
- Genesis
- Selva
- Dei-te tudo
- Acordar
- Dia de Amanhã feat. Marco Rodrigues
- Casa
- Rio D’Agua feat. Gisela João
- Perto de Mim
- Lágrimas
- Anjo x Diabo
- Caminho
- Morte