José Gonçalez destaca sucesso do Caixa Alfama, a importância das homenagens e apostas em novos valores, em entrevista ao Infocul.pt.
Texto e Entrevista: Rui Lavrador
Fotografia: Carlos Pedroso
O Caixa Alfama celebrou a sua 13ª edição em 2025, com homenagens, novos artistas e uma grande programação de Fado e música portuguesa, nos passados dias 26 e 27 de Setembro.
Contudo, devido a condições climatérias, os concertos do palco principal acabaram por não serem possíveis de realizar. Passaram para dia 31 de Outubro, no Coliseu dos Recreios.
Ou seja, nesse dia, subirão a palco: Alexandra, Marco Rodrigues e ainda o programa ‘Em Casa d’Amália’ com homenagem a Maria da Fé.
Em entrevista ao Infocul, realizada no segundo dia do festival e antes do adiamento dos concertos, José Gonçalez, diretor artístico do festival, falou sobre os desafios da organização (que já tinha tido a necessidade de mudar outros concertos de palcos ao ar livre para espaços fechados), a logística complexa e os imprevistos climáticos que marcaram a edição deste ano.
José explicou que este foi “o dia mais complicado, mais stressante, porque é muita gente. Logo neste dia tínhamos a homenagem da Maria da Fé com a presença de cinco fadistas, depois o Marco Rodrigues, depois a Alexandra. É de facto um dia muito difícil de gerir, falando de um palco, mas depois temos todos os outros palcos e tivemos que mudar alguns concertos, do Rooftop para a Igreja de Santo Estêvão. Muitos músicos tocam em vários concertos, e os horários dos ensaios também complicam tudo. Foi de facto o mais complicado dos dias nestas 13 edições”.
Apesar das dificuldades, o diretor artístico destacou o sucesso da bilheteira: “Está esgotado desde terça-feira, foi a primeira vez que o festival esgotou no início da semana. 13 anos depois disto acontecer, também nos deve deixar muito felizes”.
José Gonçalez revelou ainda o planeamento das homenagens: “Quando ia para casa [no final da edição do ano passado] liguei ao Luís Montez a propor que este ano homenageássemos o Rodrigo ou a Maria da Fé. É importante mostrar gratidão às pessoas enquanto vivem. Passamos a vida a agradecer aos que já partiram, agora é tempo de reconhecer quem está presente. Este ano homenageámos a Maria da Fé, e para a próxima edição homenagearemos um homem”.
Ou seja, muito provavelmente o homenageado do próximo ano será Rodrigo.
No que diz respeito aos concertos, José Gonçalez destacou a aposta em novos talentos e artistas inovadores, como “os Bandidos do Cante, que trouxeram guitarra portuguesa aos seus temas, e o saxofonista Kajó Soares, que convidou vários fadistas para criar um concerto único“. “É isso que dá consistência ao festival e faz com que o público tenha sempre experiências novas e marcantes”, acrescentou.
Por fim, ainda referir que no primeiro dia de festival, o sucesso artístico foi extraordinário, como aqui demos conta através de várias reportagens.
A 31 de Outubro, como já referido, o fado será rei no Coliseu dos Recreios para 3 espectáculos imperdíveis.
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