Miguel Araújo deixa Ovibeja a dançar e a cantar em coro

Miguel Araújo deixa Ovibeja a dançar e a cantar em coro, na noite de ontem, 3 de maio de 2025, pelas 23h com uma plateia completamente preenchida por visitantes de todos os pontos do país. 

Texto: André Nunes / Fotografias: João Silva

A noite prometia ser especial, mas Miguel Araújo superou todas as expectativas com um concerto inesquecível na Ovibeja. Entre canções emblemáticas do seu reportório e partilhas pessoais, o músico fez da noite de sábado um capítulo especial da sua história e da do público que o aplaudiu de pé.

“A Ovibeja é aquela coisa que me estava atravessada.”

Garantiu ainda que também ele voltará à estrada a título individual, num percurso que será, nas suas palavras, de reencontro com os palcos e com o público. Visivelmente movido, partilhou o significado especial desta atuação em Beja: “A Ovibeja é aquela coisa que me estava atravessada.”

Antes disso, já o público vibrava. Logo nos primeiros temas, Miguel ofereceu “Lá Vai Sofia”, uma canção bem-disposta sobre uma mulher livre e descomplicada, que vive ao seu ritmo. Uma canção que foi quase que dedicada às “Sofias” da vida de cada membro do público, e “lá vai ela”. O público acompanhou em coro, num ambiente leve e cúmplice.

“Pica do 7” e “Maridos das Outras” subiram o grau de felicidade

O tema “Pica do 7” colocou toda a gente a cantar com entusiasmo, mas foi com “Maridos das Outras” que se viveu um dos momentos mais mágicos: Miguel recuou e deixou a voz coletiva assumir o controlo. O público cantou o tema completo a capella, sem qualquer ajuda do cantor. E, ele, ouviu, sorrindo, a adorar o momento.

A estética visual do concerto — luzes quentes, disposição cuidada da banda, figurinos, filtros nos ecrãs e legendas — remetia ao ambiente do jazz, criando um contraste bonito com a leveza e o humor característicos de Araújo. Joana Almeirante, nas vozes e guitarra, foi presença essencial ao longo do espetáculo. A cantora, que também brilha a solo e no projeto “2 Pares de Botas” com Nena, acrescentou intensidade a temas como “Miúda” e “Talvez se eu dançasse”.

Convidado e tema surpresa

O concerto contou ainda com um momento especial: Diogo Zambujo foi o convidado surpresa da noite, juntando-se a Miguel para cantar “Dona Laura”, num dueto inesperado e calorosamente aplaudido.

Num momento de ternura, Miguel partilhou: “A primeira música que eu aprendi a tocar em toda a minha vida foi o ‘Like a Rolling Stone’ do Bob Dylan. Vamos tocar aqui para todos vocês. Até lá.” E assim foi, com a plateia em silêncio atento a cada acorde.

Uma despedida a dançar

O final chegou em apoteose. Com “Talvez se eu dançasse”, o recinto entrou em festa. O público não só dançou — saltou, celebrou e fez do refrão um hino de liberdade. Foi o fecho impecável para uma noite em que a música, mais do que ouvida, foi vivida.

“É uma alegria muito, muito grande estar aqui com vocês. Estive aqui há muitos anos. Mas, sozinho, é a primeira vez”, disse Miguel, despedindo-se com um brilho nos olhos que dizia tudo.

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