
Esta tarde, em Mourão, na praça Dr. Libânio Esquível, realizou-se o segundo festival taurino desta temporada de 2022.
Texto e Fotografias: Roberto Pingas Rodrigues
Compuseram o cartel, o rejoneador Andrés Romero, o cavaleiro João Salgueiro da Costa, os matadores Alvaro Lorenzo, David de Miranda, Diego Carretero e João Silva “Juanito” e ainda o Grupo de Forcados Amadores de Montemor.
Abriu a tarde Andrés Romero com uma lide que denotou ainda alguma ferrugem, talvez devido ao defeso. Ainda assim, Andrés cravou dois ferros compridos em sortes à tira e seis ferros curtos maioritariamente cravados em sortes com batidas ao “piton” contrário, bem rematadas à meia volta.
Andrés tirou partido de um novilho de Murteira Grave que pouco tinha para dar, novilho este bem rematado de carnes, negro, córnea aberta e já com “morrilho” bem definido.
Para pegar este novilho, António Pena Monteiro, cabo do Grupo de Forcados de Montemor, escolheu para a cara do novilho, Manuel Carvalho que consumou a pega à primeira tentativa.
Entretanto, após a recolha do primeiro novilho houve uma invasão de praça por antitaurinos, como AQUI, demos conta.
Recomposta a praça e o público do alvoroço, João Salgueiro da Costa lidou o segundo novilho da tarde, negro de capa e bem rematado de carnes mas com o “morrilho” menos definido que o anterior.
João também pareceu vir um pouco enferrujado esta tarde, devido à paragem invernal e à entrada de cavalos novos na sua quadra.
Certamente, João Salgueiro da Costa não quererá baixar o alto nível em que esteve na temporada passada e irá corrigir os erros com máximo empenho. Cravou dois ferros compridos à tira, um ligeiramente descaído e outro mais certeiro, cravou ainda quatro ferros curtos em sortes com batida ao “piton” contrário, rematando-os à meia volta.
Na segunda pega da tarde, António Pena Monteiro escolheu Manuel Sampayo Ribeiro para a cara do novilho que consumou à segunda tentativa, após na primeira o novilho ter entrado mal com a cara e o forcado não ter conseguido fechar-se com êxito.
Nas lides a pé, Alvaro Lorenzo foi o primeiro a actuar frente aos novilhos Murteira Grave.
Alvaro Lorenzo abriu a faena com uma boa sequência de verónicas. No tércio de bandarilhas, V. Canas e F. Amores estiveram um pouco aquém da perfeição. No tércio da muleta. Alvaro toureou por ambos os pitons, alguns naturais, passes de peito e ainda “manoletinas”. Novilho Murteira Grave bem desenvolvido, com alguma força, bem rematado, malhado de pelagem e córnea aberta. Boa actuação de Alvaro Lorenzo nesta passagem por Mourão.
David Miranda lidou o quarto novilho da corrida, este da linhagem dos primeiros que foram lidados a cavalo, bem rematado de carnes, córnea aberta também, mas com menos força que os outros.
David abriu com bons lances à verónica e no tércio de muleta alternou as sortes por ambos os pitons, destacando-se ainda alguns naturais e remates com passes de peito, numa lide com pouca história para recordar. Bandarilharam, Candido Ruiz e F. Perera.
Diego Carretero abriu a lide lanceando à verónica a um novilho que permitiu muita repetição. O novilho entrou em praça para mostrar a bravura que já conhecemos da Ganadaria Murteira Grave, o novilho mais nobre da tarde e ao qual Diego não soube aproveitar ao máximo. No tércio de bandarilhas, actuaram José Muñoz e A. Revuelta.
Na muleta, Diego também pouco mostrou ao público, com pouco por recordar, embora tenha tentado por ambos os pitons.
Chegando a João Silva “Juanito” e a história é outra! Se os outros matadores pouco mostraram, Juanito abriu a temporada da mesma forma que fechou a temporada de 2021: em grande! Abriu a actuação, alternando entre Verónicas, meias Verónicas, “revoleras” e fechou o tércio de capote, no centro da arena com bonitas “Chiquelinas”.
No tércio de muleta, Juanito demonstrou toda uma panóplia de recursos técnicos, colocando o público em puro deleite.
Juanito acordou o público, que parecia adormecido, com a sua empolgante lide.
Juanito enfrentou um novilho bem estruturado, bravo, malhado, córnea aberta e com morrilho bem desenvolvido.
No tércio de bandarilhas, Reyes esteve melhor que Luis Miguel Amado, perante o novilho.
O festival teve o seu epílogo com Juanito a dar a volta em ombros perante uma praça cheia.
Delegou este festival, o director Agostinho Borges, assessorado por Matias Guilherme e no cornetim Ricardo Fernandes.
