Raul Tartarotti entrevista Rubem Penz

Esse mês entrevistei o escritor, músico, palestrante Rubem Penz,Porto-alegrense, casado com Vanessa Penz. Graduado em Educação Física, cedo exerceu a profissão de redator em publicidade. Desde 2008 integra o grupo de escritores que promove oficinas, palestras e shows no programa SESCCultura, SESC-RS. Foi Vice Presidente Cultural da Associação Gaúcha de Escritores (AGES) entre 2012 e 2015. Foi membro do Conselho Editorial do Instituto Estadual do Livro de 2014 a 2018 e compôs o Júri do Prêmio Açorianos de Literatura em 2016 na categoria”Crônica”. Publicou mais de 30 livros comoautor e organizador. Ministra o módulo presencial do gênero “crônica” no Curso de Formação de Escritores Metamorfose em EAD, e a oficina ESCREVENDO CRÔNICAS ON-LINE. Em 2010, criou a Oficina Santa Sede – crônicas de botequim, PrêmioAçorianos na categoria Destaque Literário 2016 e, em 2020, a Santa Sede Editorial, para centralizar suas publicações.

Rubem, como você define seu estilo literário?
Caríssimo Raul, antes de mais nada, muito obrigado pela oportunidade de falar com seus leitores. Sobre o estilo, diria que sou um prosista de textos breves e descontraídos, preferencialmente criativos. Autor nascido pelo fascínio em acompanhar as crônicas no jornal e, apartir dos anos 1980, nos livros de Luis Fernando Verissimo e na coleção “Para gostar de ler” da Editora Ática, onde conheci Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, entre outros. Também cometi alguns poemas e, na música, arrisco-me na dificílima arte das letras.

Qual sua fonte de inspiração para escrever?
Tudo o que me rodeia, sem preconceito ou limitações. Desde a criação publicitária fui ensinado a ser curioso e notar detalhes os quais, quando iluminados, chamam a atenção e passam a seduzir as pessoas. Por isso a dedicação à crônica, gênero afeito às miudezas e desimportâncias do dia a dia, das relações sociais, dos lugares e dos objetos.

O que mudou em sua vida de escritor, após o início da pandemia?
Muitas coisas, nossa, muitas coisas…Primeiro, na qualidade de cronista, a pandemia se impôs como tema obrigatório, inescapável e exaustivo. Somos uma espécie de reflexo dos assuntos em pauta e, por menos que estejamos dispostos, nos obrigamos a abordar a doença e suas implicações. Depois, por impedir noites de autógrafos. Lamentavelmente, aliás, pois com coragem e ação lançamos em 2020 o livro dos 10 anos da oficina (“Santa Sede 10 anos – tim-tim por tim-tim”, Ed. Santa Sede), a auspiciosa homenagem à Clarice Lispector em seu centenário de nascimento no livro “Marias & Clarice”, além de “Eu, hein!?”, nossa décima primeira antologia de crônicas, ambos pela Ed. Santa Sede. Por fim, e talvez o mais importante, afastou-me do contato com os alunos. Sou um entusiasta das relações humanas, adoro trabalhar em grupo, abraçar e trocar afetos.

Sua participação como músico continuou acontecendo no último ano?
Não. Zerou de uma forma jamais vista em toda a minha vida. Tenho um quarteto de jazz com mais de trinta anos e, mesmo nos momentos em que estivemos afastados dos palcos, mantínhamos uma rotina de ensaios. Suprema ironia: no final de 2019 havíamos nos comprometido em ser mais atuantes. E nada aconteceu.

O que mudou na Santa Sede após as restrições presenciais, e qual seu sentimento devido ao novo formato?
Mudou tudo! Santa Sede é sinônimo de aglomeração. Em nossa boémia crônica, não só tecemos relações muito próximas uns dos outros, como também próximas da cidade, ocupando uma mesa de bar com ele aberto, convivendo com o burburinho do local. Porém, é preciso louvar a disposição dos escritores em cultivar a intimidade possível através da tela, manter a descontração e o contato afetuoso. Também por terem consigo taças de cerveja e de vinho servidas em suas casas, né? A exemplo do mestre.

Você está com planos de lançar um livro em breve?
Recém lançamos a primeira obra em forma de spin-off da Santa Sede, o projeto “GRÃO – imagens, palavras, eternidade”, Ed. Santa Sede, livro que reuniu fotografia, crônicas e poesia. Está programado para novembro a chegada ao mercado de “Horas íntimas”, livro em homenagem a Vinicius de Moraes, “Passado, futuro e outros presentes”, nossa décima segunda antologia e, de forma inédita,“Não olhes para trás”, décima terceira antologia Santa Sede, primeira no formato de franquia, em Canela/RS. Pessoalmente, acalento o plano de lançar um livro de aforismos, coletânea de uma pequena coluna que mantenho nas redes sociais. Mas está sem data.

Onde encontramos seus cursos, compramos seus livros e quais seus endereços eletrônicos para contato?
Mantenho o site www.rubempenz.net para a publicação das crônicas semanais e outras consultas. A Oficina Santa Sede está em www.oficinasantasede.com.br e, ali, há livraria e agenda de seus diversos cursos. A oficina “Escrevendo crônicas ONLINE” está em www.metamorfosecursos.com.br e o verbete Rubem Penz na Wikipedia está sempre atualizado. Para falar direto comigo, o endereço é rubempenz@gmail.com.

Nota: Texto escrito em português do Brasil

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