Rui Fernandes destaca “um momento bom da minha carreira, no qual me encontro maduro, bastante capaz daquilo que quero dar de mim”

Rui Fernandes destaca “um momento bom da minha carreira, no qual me encontro maduro, bastante capaz daquilo que quero dar de mim”, assinalou.

Na passada terça-feira, foram revelados os cartéis da temporada tauromáquica do Campo Pequeno, em Lisboa.

Na apresentação, esteve Rui Fernandes, o cavaleiro português que mais tem actuado além fronteiras nos últimos anos, que regressa ao Campo Pequeno após 4 anos de ausência.

Rui Fernandes que amanhã actua em Madrid, na segunda corrida de rejoneio da Feira de San Isidro, que actuou também já em Nimes este ano, além de outras importantes feiras.

Após a apresentação, em Lisboa, o cavaleiro concedeu declarações ao Infocul.pt.

Para já é com enorme ilusão que regresso ao Campo Pequeno, uma praça onde tirei a minha alternativa, uma praça que me deu muito em toda a minha carreira, fico muito feliz por este ano estar anunciado no Campo Pequeno, Madrid, Nimes, nessas praças“, começou por destacar.

Nesse sentido, assume que “é um momento bom da minha carreira, no qual me encontro maduro, bastante capaz daquilo que quero dar de mim e feliz por isso“.

Questionado se actualmente tem a melhor quadra de cavalos dos últimos anos, destacou que “é uma luta constante, é um conto nunca acabado, como costumo dizer“.

Assim, deu um exemplo: “ainda na sexta-feira passada ou sábado, com uma égua que pariu um poldro, irmão do H-Quiebro, e como é de cor champagne, já estamos a sonhar que se calhar vai ser igual ao irmão, estamos sempre à procura do cavalo ideal. Mas isso não impede que todos os dias tentemos melhorar a nossa técnica, as nossas bases, para cada vez que chegamos à arena podermos dar o melhor de nós e fazermos as coisas com a melhor harmonia possível, na vertente da arte e da emoção, para que as pessoas possam vibrar connosco e com os nossos cavalos“.

Foi também questionado se este é o momento em que Portugal mais reconhece e valoriza a sua qualidade.

Penso que Portugal sempre reconheceu quem era Rui Fernandes, o que está em causa é que nem sempre os negócios se podem fazer, é o meu país e como deve calcular, por mim toureava aqui todos os fins-de-semana. Ia dormir todos os dias a casa. Sou muito nacionalista, um português ferrenho. Mas acredito que os profissionais e o aficionado em geral sempre reconheceram quem é o Rui Fernandes. Uns anos toureia-se mais, em outros toureia-se menos“, considerou o cavaleiro.

Seguidamente, fez uma revelação: “Mas tenho como meta, antes de me ir embora, fazer uma temporada com muitas mais corridas no meu país“.

E estará esse dia próximo? “Vejo o dia mais próximo, agora com a chegada do meu sobrinho [Duarte Fernandes]”, disse.

No mês de Junho, no dia 22, o cavaleiro actuará na Praça de Touros de Paio Pires.

Uma praça na qual obteve assinalável triunfo no ano passado, numa corrida de 6 cavaleiros.

O cartel deste ano é constituído por Rui Fernandes, João Moura Caetano e Duarte Fernandes, frente a touros Irmãos Moura Caetano. As pegas estão a cargo dos forcados amadores de Lisboa e Moita.

Será Paio Pires uma praça talismã?

“Como sou dali perto, foi sempre uma praça… É uma praça com umas condições óptimas, em que as pessoas que estão inseridas nela como o Casaca, o Nelson, as pessoas do Clube Paio Pires, contruíram-na toda com um carinho tremendo e muita aficion. E eu senti que era altura de aportar algo da minha parte a essa praça“, começou por destacar.

No ano passado, os aficionados questionaram porque é que eu e o Duarte [Fernandes] não toureámos dois touros, e nesse sentido acho que o João Moura Caetano encaixa perfeito neste cartel, um toureiro que tem raizes de ali ao pé, quer do seu pai quer do seu avô, e acho que estão reunidas as condições para que Paio Pires, que já tem duas datas todos os anos, quem sabe dentro de pouco tempo passar a ter três datas. É um dos meus objectivos. É uma praça que aconselho os aficionados a ir, é muito cómoda, com condições óptimas e oxalá possamos ter uma praça na margem sul de alto gabarito“, rematou.

Texto e Entrevista: Rui Lavrador
Fotografia: Nuno Almeida

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