Tomar: Triunfou Marcos Bastinhas com lide superior

Tomar: Triunfou Marcos Bastinhas com lide superior, ao primeiro touro do seu lote, o 2º da corrida.

Tomar: Triunfou Marcos Bastinhas com lide superior

A Praça de Touros José Salvador, em Tomar, recebeu, este sábado – 20 de Agosto, uma corrida de touros.

Actuaram os cavaleiros João Moura Caetano, Marcos Bastinhas e Antônio Ribeiro Telles [filho], bem como os Forcados amadores de Santarém e Montemor.

Apesar de inicialmente estarem anunciados touros da ganadaria Moura Caetano, foram lidados touros de Paulo Caetano [2º, 3º, 4º, 5º e 6º] e Francisco Romão Tenório [1º]. Os sobreros foram de Irmãos Moura Caetano.

Segundo a empresa, em comunicado afixado no exterior da praça, a substituição deve-se ao facto de “os touros se terem lesionado no campo“.

Num dia em que se realizaram 4 corridas de touros, 3 delas foram já em período noturno, além de um clássico do futebol português, entre F.C. Porto x Sporting C.P., podem ser factores que explicam em parte a falta de público nesta corrida. Destacar ainda que dois dos representantes tomarenses não marcaram presença neste cartel: o cavaleiro Rui Salvador e os Forcados Amadores de Tomar. Resultado: 1 terço forte de casa.

Uma corrida em que se homenageou Fernando Hilario. Histórico nome dos Forcados, tendo integrado os grupos de Santarém e Montemor e fundado os Forcados Lusitanos que fizeram digressões internacionais de grande impacto, ainda hoje recordadas.

Uma homenagem que foi demorada e cheia de erros históricos e até na menção dos nomes dos representantes de quem prestou a homenagem (Câmara Municipal de Tomar, Santa Casa da Misericórdia de Tomar, empresa Aplaudir, e Associação de Antigos Alunos do Colégio Nun’Álvares), a Fernando Hilario.

Homenagem tão longa que o público não escondeu a impaciência em que a corrida em si se iniciasse.

Foi por entre o muito pó que se levantou do areal, que Moura Caetano abriu as actuações equestres, frente a um touro de Francisco Romão Tenório. Touro que reclamou durante toda a lide, que não transmitiu ponta de emoção e que foi de investidas tardas. Montando o ‘Pidal’, Moura Caetano deixou dois compridos, passando depois à ferragem curta, montando o ‘Campo Pequeno’, porém não conseguindo fazer a brega que é sua imagem de marca, por falta de touro. Terminou a actuação com dois ferros de palmo, muito meritórios, já com uma terceira montada, ‘Fogo’. Actuação abnegada e de entrega, porém prejudicada pelas condições do oponente.

Francisco Cabaço, pelos Amadores de Santarém, concretizou a pega ao primeiro intento, numa execução correcta, segura e de valor por parte do forcado da cara, com o grupo a fechar bem.

Actuação triunfal de Marcos Bastinhas ao segundo touro da corrida, da ganadaria de Paulo Caetano, deixando o público em êxtase. Foi receber o touro à porta dos curros, dobrando-se muito meritoriamente com ele, com um segundo ferro comprido de muito boa qualidade, após um primeiro já de boa nota. Porém, na ferragem curta, esteve magistral. Bem a bregar e a levar o touro para os terrenos mais convenientes, bem no desenho das sortes e melhor ainda nas reuniões. Não é só alegria, como alguns escrevem por aí, Marcos está com muita “toureria” e esta lide provou-o. Olé! Belíssimo touro da ganadaria de Paulo Caetano, com transmissão, investida e a crescer durante a lide.

José Maria Marques, pelos Amadores de Montemor, concretizou ao primeiro intento, num verdadeiro ‘pegão’ e que fez o público saltar das bancadas, após aguentar bem a investida do oponente.

António Ribeiro Telles [filho] teve uma actuação positiva, diante de um touro escorrido de carnes, pecando em apresentação, mas que se destacou pelo comportamento, embora se adiantasse no momento das reuniões. O jovem cavaleiro soube dar a lide adequada, pese um ou dois toques na montada. Destaque o terceiro ferro comprido e para dois curtos, como os de melhor nota.

António Queiroz e Melo, por Santarém, concretizou a pega ao primeiro intento, em mais uma boa pega na noite tomarense.

A sorte é parte da equação de uma boa lide. João Moura Caetano não foi bafejado pela sorte nos dois touros que lhe calharam em sorteio. Este segundo touro teve quase nenhuma transmissão e isso limitou e muito a concepção artística do ginete. Homem do temple, do tempo, da graciosidade e da estética, teve de apostar no esforço. E sem atingir patamar triunfal, esteve por cima do seu oponente. Há noites assim, mas a arte terá outras noites para se mostrar. Humildemente, foi apenas ao centro da arena agradecer ao público.

João Calisto, pelos Amadores de Montemor, concretizou a pega ao quinto intento.

Lide séria de Marcos Bastinhas ao quinto touro da corrida. Começou por receber bem o seu oponente num curto espaço de terreno, seguindo depois para a cravagem da ferragem comprida. Nos curtos, a lide foi em crescendo, com o quarto curto da ordem, numa sorte desenhada de frente e com reunião ajustada e o par de bandarilhas, pelo corredor e em espaço apertado, a fecharem em bom nível a passagem do cavaleiro por Tomar.

João Manuel e Miguel Tavares, por Santarém, executaram a pega com uma sorte de cernelha, de forma bem conseguida à primeira entrada.

António Ribeiro Telles [filho] desenhou uma actuação superior à sua primeira, aproveitando a investida do touro. Bem na brega e a escolher os terrenos, apostando em sortes frontais, com as reuniões a resultarem díspares. Destacam-se 3 ferros curtos como os pontos mais positivos desta sua atuação. Toureiro em evolução e com capacidade para se afirmar na tauromaquia nacional.

José Maria Pena Monteiro, pelos Amadores de Montemor, concretizou a pega ao primeiro intento, numa boa execução em que aguentou a mudança de trajectória do touro, que fugiu ao grupo, até este conseguir fechar com sucesso a tentativa.

As quadrilhas foram constituídas por João Prates ‘Belmonte’, Sérgio Santos ‘Parrita’, Diogo Costa ‘Malafaia’, Gonçalo Veloso, João Ribeiro ‘Curro’, João Fernandes e Fernando Fetal.

O touro de Romão Tenório pecou em comportamento, enquanto dos 5 da ganadaria de Paulo Caetano destacaram-se o 2º e o 6º como os melhores, com o 4º a ser o pior e os 2º, 3º e 5º a cumprirem em comportamento, sendo de díspar apresentação.

Corrida dirigida por José Soares, assessorado por João Pedro Candeias. No cornetim esteve Filipe Malva.

Nota: A poeirada que se fez sentir, principalmente na primeira parte, era perfeitamente evitável. Corridas sebastianinas em que os cavaleiros surgem entre nuvens de pó, é muito desagradável, quer para o artista, quer para o público.

Artigos Relacionados

Siga-nos nas redes sociais

31,576FãsCurtir
12,886SeguidoresSeguir
438SeguidoresSeguir
272InscritosInscrever