Ana Castela voltou a triunfar na MEO Arena e até músicas de Quim Barreiros, Marotos da Concertina e Victor Rodrigues trouxe

Ana Castela voltou a triunfar na MEO Arena e até músicas de Quim Barreiros, Marotos da Concertina e Victor Rodrigues trouxe, na noite de ontem.

Texto: Rui Lavrador / Fotografias: André Nunes

Uma entrada em palco de puro impacto

A MEO Arena foi, na noite de domingo, 26 de outubro, palco de um espetáculo vibrante protagonizado por Ana Castela, a artista brasileira que conquistou Portugal com o seu carisma e mistura de ritmos. O concerto começou com intensidade sonora e visual: os bailarinos abriram o espetáculo em coreografias precisas, enquanto a cantora surgia numa plataforma elevada, de chapéu de “boiadeira”, o acessório que se tornou a sua imagem de marca.

Seguidamente, diante da artista, uma plateia eclética e repleta de entusiasmo. Havia chapéus, botas, bandeiras e inúmeros cartazes com mensagens de afeto, transformando o recinto num mosaico de devoção popular.

Entre o sertanejo, o funk e a portugalidade

Ao longo da noite, Ana Castela conduziu o público por uma viagem sonora que atravessou o sertanejo, o funk e até referências da música popular portuguesa. O momento mais inesperado surgiu quando a cantora interpretou versões de clássicos de Quim Barreiros, Marotos da Concertina e Victor Rodrigues, com temas como “Eu Gosto de Mamar nos Peitos da Cabritinha”, “A Garagem da Vizinha”, “A Mão da Sua Filha” e “Põe a Mão na Cabecinha”.

Ou seja, essas incursões no universo lusitano arrancaram gargalhadas, palmas e uma onda de cumplicidade com o público, mostrando uma artista à vontade em brincar com a fusão cultural. Ainda assim, foi nas passagens dedicadas ao sertanejo e ao modão que o concerto atingiu o seu ponto mais alto, com o público em coro e energia em crescendo.

Do alinhamento fizeram parte temas emblemáticos como “Solteiro Forçado”, “Nosso Quadro”, “Tô Voltando”, “É o Amor”, “Pensa em Mim”, “Andorinhas”, “Boiadeira”, “Dona de Mim”, “Todo o Mundo Menos Eu”, “Minha Herança”, “Olha Onde Eu Tô”, “Pipoco”, “Roça em Mim” e “Meninas da Pecuária”, num percurso musical que alternou entre emoção, ritmo e celebração.

Uma carreira meteórica e um fenómeno global

Oriunda de Amambai, no Mato Grosso do Sul, Ana Castela é um dos maiores fenómenos da música popular brasileira da atualidade. Desde 2021, quando lançou a canção “Boiadeira”, tem vindo a afirmar-se como símbolo de uma nova geração de artistas que unem tradição e modernidade.

O êxito “Pipoco”, lançado em 2022 com Melody e DJ Chris no Beat, catapultou-a para o estrelato e abriu-lhe as portas dos grandes palcos e nomeações de prestígio, como a de Melhor Álbum de Música Sertaneja nos Grammy Latinos.

Nesse sentido, a artista consolidou-se, assim, como uma força cultural que ultrapassa fronteiras – e Portugal tem sido uma das paragens mais acolhedoras dessa trajetória.

Uma festa com sabor a Brasil e alma portuguesa

Na MEO Arena, o espetáculo de Ana Castela foi uma verdadeira celebração da diversidade musical. O concerto, dividido em vários momentos distintos, revelou uma artista que, embora ainda em busca de maior coesão narrativa no alinhamento, domina o palco com naturalidade e carisma.

Assim, público reagiu com entusiasmo especial às canções mais fiéis às raízes sertanejas, onde a voz quente e a presença de palco da artista se impuseram com autenticidade.

Por fim, ficou a sensação de uma noite intensa, onde Brasil e Portugal se encontraram em harmonia sonora. Ana Castela continua a afirmar-se como um dos maiores fenómenos da música contemporânea de expressão lusófona – e Lisboa confirmou, uma vez mais, o seu amor pela “boiadeira” que chegou para ficar.

Siga-nos no Google News

Artigos Relacionados

Siga-nos nas redes sociais

31,799FãsCurtir
12,697SeguidoresSeguir
438SeguidoresSeguir
306InscritosInscrever