Évora: Capote Alentejano e Traje Equestre nas Jornadas Internacionais do Hospital Muralha de Évora, em destaque, naquela que é a 16ª edição deste evento e que decorrem a dias 14 e 15 de março na Sala Alter Real do Hotel Vila Galé em Évora.
Assim, o Capote Alentejano e dois exemplares do Traje Equestre estarão em exposição na 16ª edição do congresso ibérico subordinado ao tema “Pecuária Inteligente”. Esta mostra
revela a importância da indumentária na atividade agrícola que é também uma
expressão da identidade do mundo rural.
A história do Capote e do Traje como identidade rural
A comissão organizadora diz, em comunicado, que “o Capote Alentejano, feito de burel, a lã da ovelha bordaleira, teve origem nos trajes dos pastores do Alto Alentejo para os abrigar do frio e da chuva. Foi posteriormente adotado pela classe alta sendo mesmo um sinal de fortuna dos homens mais abastados, inclusivamente, uma imagem de marca do lavrador alentejano”. A comissão cita o livro “O Trajo Regional em Portugal”, em que Tomaz Ribas descreve desta da seguinte maneira a indumentária: “Se o pelico e os safões constituíam o abafo no trabalho, o capote era um luxo que os homens não dispensavam. Todo o rapaz desejava adquiri-lo antes de casar, como prova de que conseguiria gerir com cabeça as suas economias, dando provas que tinha assento. Só por isto, o rapaz era já considerado um bom partido. A aquisição do capote significava também ter chegado à fase adulta”.
Serão também exibidos dois exemplares do Traje Equestre, masculino e feminino, cujo
design tem vindo a aproximar-se um do outro ao longo do tempo. O modelo masculino é
“constituído pela jaqueta com os alamares, o colete, a camisa, as abotoaduras para o
colarinho, as calças de cós e a cinta e o traje da amazona é igual, diferindo apenas na
saia que é colocada por cima das calças. A sela com os estribos de caixa à Portuguesa e
o xairel acompanhados pela cabeçada e pelas esporas também poderão ser
apreciados”.
A Arte Equestre Portuguesa
A Arte Equestre Portuguesa foi classificada Património Imaterial Cultural
da Humanidade em dezembro de 2024. “Em todas as suas dimensões a Arte Equestre
em Portugal diferencia-se pela posição do cavaleiro na sela, a indumentária específica
e os arreios. O cavaleiro desenvolve um conhecimento equestre, procurando a
colaboração suave e consentida do cavalo, sem forçar, intuindo o que lhe é pedido”
descrição que pode ler-se no dossier de candidatura à UNESCO.
De destacar que a 15 de março, pelas 15h, estreia o documentário “World Without Cows”, de Michelle Michael e Brandon Whitworth e as entradas para o evento podem ser adquiridas a partir deste link https://jornadas.hvetmuralha.pt/registo-16jornadas/.