Manuel Luís Goucha entrevistou o seu marido, Rui Oliveira, hoje no programa ‘Goucha’.
Uma entrevista emotiva, forte, arrebatadora.
“Tive uma infância muito feliz porque éramos uma família muito unida, de casa aberta, e que gostávamos de receber. A minha mãe gostava que pudéssemos trazer os nossos amigos até nossa casa e, no Carnaval, a festa era feita no jardim de casa“, disse Rui quando questionado sobre a infância e a mãe.
“Essa forma de seres, de abraçares pessoas e de entregares a ela vem da tua mãe?“, perguntou, depois, Goucha.
“A minha mãe abraçava os filhos todos e isso fica connosco. É uma forma de educar. Foi uma lutadora no seu tempo e teve os filhos sozinha, sem parteira. Nesta altura, estas mulheres não eram seguidas por nenhum ginecologista e na altura do parto, quando a parteira chegava, já ela tinha o cordão umbilical cortado“, respondeu Rui.
Em lágrimas, repetiu várias vezes que a mãe foi “uma lutadora“.
“Primeiro sofreu uma queda em casa, partindo o colo do fémur. Quando cheguei ao hospital, regressado da Bélgica, fui ter com ela ao hospital e embora perceba que as pessoas que lá trabalham sejam muito mecânicas no manobrar do seu trabalho, há gestos que não aceitamos porque temos uma ligação sentimental e emocional com a pessoa. Aquilo para eles é normal, mas são muito frios. Por isso, a certa altura disse para pararem e que eu e a minha irmã iríamos tratar dela“, referiu Rui
“Ela tinha um problema cardíaco e fez uma retenção de líquidos muito forte. Quando foi parar ao hospital, disseram-me que tinha uma retenção de líquidos até ao pulmão. Assim que a visitei ela não abria os olhos. Perguntei-lhe se queria que a mudasse de clínica e ela disse que não valia a pena gastar mais dinheiro. Sem nunca abrir os olhos. Decidiu ali que tinha chegado o fim depois de tantos problemas“, acrescentou Rui.
Sobre a relação com Goucha, que dura há 21 anos, disse que “quando te conheci disse que vinha para construir e não para destruir. Não é fácil viver contigo, como não deve ser fácil viver com pessoas que têm o mesmo trabalho de egos. Temos de nos habituar e aceitar. Mas um ingrediente é esse: sermos diferentes, mas a remar para o mesmo lado”
“Fiquei a amar-te muito mais hoje“, disse o apresentador.