João Moura Caetano abre temporada na Granja: “Sinto-me pleno, com muita criatividade, desejoso de poder colocar isso em prática para os aficionados”, referiu em declarações ao Infocul.pt.


Texto e Entrevista: Rui Lavrador
Fotografia: Rute Nunes e Carlos Pedroso
Como AQUI demos conta, a Granja receberá um festival taurino a 11 de Fevereiro.
Um dos triunfadores do ano passado, João Moura Caetano, marca presença neste festejo e inaugura assim a sua temporada 2023.
Importa recordar que 2022 destacou-se como uma das melhores temporadas da carreira de João Moura Caetano, com vários triunfos em Portugal e Espanha, onde demonstrou uma irrepreensível classe e bom gosto no toureio apresentado.
Por esse mesmo motivo, foi galardoado com o Prémio Infocul.pt, atribuído pelo director deste mesmo site.
O cavaleiro concedeu declarações ao Infocul, para abordar este início de temporada e explicar as alterações que existiram na quadra de cavalos.
João, inicia a sua temporada no festival taurino na Granja. Quais as expectativas?
Mais do que as expectativas, que são elevadas até por ser a primeira da temporada, estou com muita vontade de voltar à praça, com muita vontade de começar a temporada. Sinto-me pleno, com muita criatividade, desejoso de poder colocar isso em prática para os aficionados.
Como correu o defeso e como sente a sua quadra de cavalos?
O defeso foi tranquilo, a trabalhar muito. Sinto a quadra completa, claro que só depois se vai ver, mas sinto a quadra muito completa, homogénea, com estes dois cavalos que a vieram reforçar ainda mais. Sinto que a quadra está preparada para uma temporada exigente.
Sei que houve novas aquisições para esta temporada. Pergunto-lhe quais os novos cavalos e respectivos ferros e como têm corrido os treinos com eles?
Há 3 cavalos novos na quadra. O primeira é o Lafayette, que tem o ferro da casa, Paulo Caetano, que vou estrear de saída, não sei ainda se na Granja ou em Espanha nas primeiras corridas. Ainda não decidi, mas creio que poderá vir a ser um cavalo muito seguro de saída. Depois, há o Ágora, que tem o ferro de Pablo Hermoso de Mendoza, que creio ser muito à minha imagem, um cavalo que poderá vir a tourear muito devagar, com muita classe, consegue ter um galope muito cadenciado e, penso eu, consegue ter o meu tipo de toureio. Tenho também um novo cavalo na quadra, que é o Gallo, ferro Arsénio Cordeiro, também adquirido ao Pablo Hermoso de Mendoza. É um cavalo que ele já me tinha emprestado o ano passado, quando tive uma ou duas baixas, tive uma grande actuação nele, na praça do Montijo, tive outra em Nimes. Penso que é um cavalo muito vibrante e que completa a quadra, porque é necessário um cavalo desses para determinados touros e situações. Um cavalo de maior vibração, de chegar ao público e o Gallo tem essa faceta.
As estrelas da quadra mantiveram-se todas?
Depois, toda a restantes quadra mantém, à excepção do Aramis, que foi nos últimos anos uma das estrelas no tércio de saída, mas que este ano vendi. Creio que por vezes temos de renovar um bocadinho a quadra e nesse âmbito foi vendido a um colega meu. De resto mantém-se a quadra do ano passado, o Campo Pequeno, o Van Gogh e o Pidal são 3 cavalos que eu não vou usar na Granja, porque acho que merecem mais uns dias de descanso, porque quero adiantar os novos e posteriormente, nas corridas mais importantes, regressarão.
Este ano, voltaremos a ter o Baco a 100% e mais vezes em praça?
O Baco está a responder muito bem nos treinos, está a entrar em forma, sinto-o com muita disponibilidade física, portanto sinto que tem tudo para uma época ao nível das que nos habituou.
No ano passado foi uma temporada de grande nível da sua parte. Como perspectiva esta?
Não gosto muito de perspectivar. O toureio é uma coisa de sentimento e, portanto, podemos fazer todas as perspectivas e depois aquilo sai tudo ao contrário. Mas sinto-me muito motivado, com muita vontade de mostrar o meu toureio, o meu sentimento, e portanto creio que poderá ser uma boa temporada, no seguimento da anterior, também de triunfo.
A quadrilha manteve-se sem alterações, mas conta com uma dupla de apoderados. Qual o planeamento para esta temporada e a mesma será mais baseada em Portugal ou Espanha?
A quadrilha mantém-se. A dupla de apoderados conta com o Luís Miguel Pombeiro, que me ajudou no ano passado e foi meu apoderado em outra temporada, portanto é um regresso, acompanhado de António Nunes, com quem actualmente tenho uma óptima relação e espero que juntos façamos uma equipa coesa e forte, que permita uma temporada ao mais alto nível, que é aquilo que ambicionamos. Poderá haver uma alteração na parte de vedor de touros, mas isso a seu tempo, explicarei.
Por fim, pergunto-lhe como convida os aficionados a deslocarem-se à Granja, para um espectáculo de cariz solidário?
Convido os aficionados a virem à Granja, uma praça com solera, castiça na zona da raia. É importante, nós taurinos, continuarmos a ajudar instituições de solidariedade e que continuemos a efectuar festivais para ajudar os que mais precisam. Nós taurinos ajudamos sempre que podemos. Esta ocasião é mais uma em que podemos ajudar, conta com um cartel atrativo, com 6 cavaleiros de estilos distintos. É um festival que pode divertir e proporcionar uma tarde de touros, portanto apareçam na Granja a 11 de Fevereiro.
Recorde-se que a quadrilha de João Moura Caetano conta com os bandarilheiros João Prates ‘Belmonte e Sérgio dos Santos ‘Parrita’, com Sérgio Batista como moço de espada e, como acima foi referido, com Luís Miguel Pombeiro e António Nunes como apoderados.
Dia 11, na Praça de Touros da Granja, o toureio caro e de fino recorte regressa com João Moura Caetano!