Entre a nuvem de pó destacaram-se Gonçalo Alves e Diogo Oliveira, em tarde de homenagem, esta tarde, em Mourão.

Mourão recebeu, na tarde de 8 de outubro, um festival taurino, que não costuma estar no calendário taurino da vila. O festival taurino deu-se para homenagear Inácio Falcueira e os lucros reverteram a favor do abrigo infantil.
A praça Libânio Esquível abriu portas a esta homenagem e recebeu cerca de um terço forte, da sua lotação, de pessoas para assistir ao espetáculo que teve como actuantes, os cavaleiros Gonçalo Fernandes, Marcelo Mendes e o praticante Diogo Oliveira. O cartel tinha também o toureio a pé que teve como protagonistas João Diogo Fera e Gonçalo Alves. Actuaram frente a novilhos de várias ganadarias, Ascensão Vaz, Mata-o-Demo, António Lampreia, Branco Núncio e Monte Cadema.
Abriu as funções João Diogo Fera e teve claramente superior ao seu oponente. A lide em si teve pouca oportunidade de Fera se mostrar, pois o oponente não permitia repetição. Ainda assim, Fera cumpriu o seu labor com classe. Volta autorizada.
De seguida actuou Gonçalo Alves, com ganas de triunfo. Gonçalo andou a gosto, repetindo e repetindo vezes sem conta os passes que implementou na actuação. A faena foi qualitativamente boa e franca do novilheiro em questão. O seu sangue jovem irá levá-lo a altos patamares se continuar assim. Volta autorizada para novilheiro e ganadeiro.
Após uma rega do recinto, que nenhum efeito fez, começaram as lides a cavalo. Gonçalo Fernandes, encarregue de abrir a parte equestre teve algumas dificuldades ao enfrentar o seu oponente. O cavaleiro enfrentou as dificuldades, tanto que nas cravagens como nas reuniões esteve correto e levou a melhor sobre o oponente. Márcio Carrilho consumou à primeira tentativa. Volta autorizada para cavaleiro e forcado.
O segundo cavaleiro em praça foi Marcelo Mendes que se apresentou com a perna esquerda protegida. O cavaleiro, nos compridos, teve reuniões irregulares frente ao Branco Núncio, que serviu na plenitude. Nos curtos, o cavaleiro melhorou as reuniões e acertou a mão. Houve uma boa ligação entre os três principais factores da festa, touro, cavaleiro e público que aplaudiu cada ferro do cavaleiro. Miguel Valadas consumou à primeira tentativa. Voltas autorizadas a cavaleiro, forcado e ganadeiro.
Coube a Diogo Oliveira encerrar a tarde de homenagem e em boa apareceu para que se visse o melhor no fim. Diogo brindou a lide à sua equipa que o acompanha diariamente, agradecendo o trabalho que é feito. Pela porta dos curros saiu um belíssimo exemplar da ganadaria Monte Cadema, negro de capa, ligeiramente bisco mas que serviu muito bem para o cavaleiro demostrar a sua arte sem dificuldades. O ginete andou bem, desenhando sortes frontais, pecando nas cravagens que resultaram descaídas. (Verdade seja dita e temos que admitir que já vimos figuras do toureio a cravar descaído, portanto, Diogo é ainda praticante e tem direito a errar). O ginete não desanimou e a restante lide resultou em pleno, que fez o conclave aplaudir de pé. José Canete consumou à segunda tentativa. Volta autorizada para cavaleiro, forcado e ganadeiro.
Nesta homenagem a Inácio Falcueira ficam na retina as actuações de Gonçalo Alves e Diogo Oliveira, mostrando que a juventude está apta para os próximos compromissos. Fica na retina a falta de público que deixou despida a praça de Mourão.
De forma negativa, fica a nota pelo pó que se levantou durante a tarde, vindo do areal da praça.
Dirigiu o espetáculo Domingos Jeremias, assessorado pelo médico veterinário Carlos Santana. Nuno Massano esteve no cornetim.