Roger Waters com casa cheia e concerto de forte produção técnica e visual na Altice Arena, na noite de ontem.


A Altice Arena recebeu, ontem, o primeiro de dois concertos de Roger Waters, que marcou assim o início à sua digressão europeia.
Roger Waters trouxe um espectáculo impactante, majestoso, numa enorme produção técnica e visual, embora tudo isto nunca se tenha sobreposto à música.
Um espectáculo que não se limitou a ser musical, mas também de intervenção, com Waters a deixar muitas críticas a vários líderes mundiais, não esquecendo claro a invasão à Ucrânia.
O primeiro grande momento aconteceu ao piano, em The Bar, um tema que aborda um lugar seguro em que possamos conversar com outras pessoas, amigos ou desconhecidos.
Claro que o percurso de Roger Waters está muito associado aos Pink Floyd, mas foi logo deixado um aviso que aquele não era um concerto para fãs de Pink Floyd que fosse contra as opiniões de Waters.
Além da invasão na Ucrânia, Waters abordou vários temas da actualidade mundial, com alguns flashbacks, recuando por exemplo ao Iraque, 2007, quando exibiu a imagem de dois repórteres da Reuters que foram abatidos pelos americanos.
Lembrou o seu pai, que morreu na II Guerra Mundial, destacando o exemplo que o progenitor representa para si.
Por outro lado, destacou ainda o seu irmão, a quem dedicou um tema, prestou homenagem à mulher, que assistiu a este concerto (o que nem sempre acontece).
Pelo meio, houve ainda tempo e espaço para o grandioso palco receber o porco voador (em modo objecto, não real) e uma ovelha.
Abordou ainda a ameaça nuclear que paira sobre o mundo e acusou vários responsáveis, deixando ainda algumas mensagens sobre a família e as emoções.
Não foi um concerto de canções de amor, foi mais intervencionista até. Contou com extraordinária produção e o público saiu satisfeito.
Hoje, repete a dose!