Anjos explicam processo contra Joana Marques, esta manhã, durante a ida ao programa da TVI, Dois às 10.
Os Anjos, dupla musical dos irmãos Sérgio e Nelson Rosado, avançaram com um processo judicial contra a humorista Joana Marques, acusando-a de ter adulterado digitalmente um vídeo que os ridicularizava pela sua atuação do Hino Nacional no MotoGP em 2022.
Assim, para além dos irmãos, duas empresas associadas aos músicos também integram a ação, que exige uma indemnização superior a um milhão de euros.
Hoje, Sérgio e Nelson Rosado marcaram presença no Dois às 10, da TVI, para esclarecer a sua posição.
“É importante que as pessoas entendam, os acontecimentos da última semana foram muito graves. Muito graves naquilo que é o passar para a opinião pública uma ideia completamente errada do que está aqui em causa. Porque a Joana Marques não está a ser processada por nós e por mais duas empresas por uma piada. A Joana Marques está a ser processada por nós e mais estas duas empresas (…) porque a Joana Marques adulterou, manipulou uma informação digital. E com isso gerou danos“, esclareceu Nelson Rosado.
Seguidamente, Sérgio Rosado destacou os 26 anos de “Anjos” e de nunca terem colocado “ninguém em tribunal, nunca estivemos ligados a polémicas.“
Os irmãos explicaram que a polémica surgiu após a interpretação do hino nacional no MotoGP de 2022, marcada por problemas técnicos.
“Perceber aqui exatamente como é que isto aconteceu. Portanto, nós fomos convidados pela MotoGP, a Organização MotoGP, fizemos 700 km, na véspera, para ir fazer som. Fomos fazer som e tudo bem, tudo correto. Quando chegámos a casa, isto depois de ter passado a transmissão, o broadcast internacional inclusive, ficámos surpreendidos, até envergonhados pelo som que veio cá para fora“, explicou Sérgio Rosado.
Nelson e Sérgio Rosado revelam que a organização do MotoGP reconheceu a falha técnica na transmissão e pediu desculpa pelo erro.
“Nós, junto da organização de MotoGP, pedimos satisfações”, destacou Sérgio.
“Nós temos um pedido de desculpas e um assumir daquilo que… Aliás, eles foram ao detalhe de dizer inclusivamente um dos grandes problemas técnicos que nos tinham afetado por parte da Dorna. A Dorna é uma das grandes multinacionais mundiais, foram adquiridas pelos donos da Fórmula 1. Estamos a falar de um gigante que nos pediu desculpa e assumiu aquilo que nos tinha feito“, acrescentou Nelson.
Posteriormente, após a divulgação do vídeo de Joana Marques, os Anjos foram inundados com “mensagens de ódio, cyberbullying e ameaças de morte”.
No entanto, após a divulgação do vídeo editado por Joana Marques, os danos tornaram-se irreversíveis, com espetáculos e patrocínios cancelados.
Questionados por Cristina Ferreira se os danos foram imediatos, Nelson Rosado esclareceu: “Foi imediato. Nós estamos a falar de alguém que tem um sucesso tremendo, é inegável, inquestionável, uma pessoa que tem uma dimensão no digital brutal.”
“A Joana Marques, o ódio e tudo aquilo que aconteceu, custa-me falar nisto, porque recuamos no tempo e também há muita coisa que nós não podemos discutir em detalhe porque os detalhes são para serem discutidos em tribunal, infelizmente, e nós fizemos de tudo para evitar isto“, acrescentou Nelson Rosado.
Por isso, o irmão mais velho revelou ainda que tentou ligar para Joana Marques, mas “dava sempre impedido, durante quatro horas”.
Nelson Rosado esclareceu o objetivo da chamada telefónica: “Era explicar o que verdadeiramente tinha acontecido e que o vídeo dela nos estava a causar danos patrimoniais, por causa dos concertos cancelados. Grande parte desses concertos, naquela altura, alguns iam ser feitos nas comunidades portuguesas lá fora, portanto era Suíça, Alemanha, França, Luxemburgo. Os empresários que tinham estado dois anos e meio, porque a cultura levou pancada na pandemia como ninguém, dois anos e meio parados, a sofrer prejuízos também. Como é que eles iam arriscar abrir uma bilheteira, correndo o risco, quando andava toda a gente gozar connosco”.
Por isso, a dupla afirma ter tentado resolver o problema diretamente com a humorista, mas sem sucesso.
“Quatro dias depois da minha tentativa de contacto, enviámos uma carta registada onde explicámos exatamente aquilo que tinha acontecido, mesmo em termos técnicos e tal. “Por favor, por favor, retira o vídeo, porque nós estamos a receber não só o ódio, mas neste momento estamos a ir ao património, portanto são danos patrimoniais existentes“. Isto agora vai ser discutido em tribunal, porque ninguém acorda num dia, e por causa de uma piada vai processar alguém. E essa é a piada, aliás, isso é por si só uma piada. E o que acontece é que a Joana Marques responde à carta registada. Eu já não me lembro muito bem o que é que as nossas advogadas nos transmitiram, mas seria do género “não temos nada a ver com os vossos problemas técnicos”, é verdade, mas é um problema vosso, vocês são figuras públicas, é a minha liberdade de expressão. Ok. Enviámos outra carta registada agora já das advogadas, onde voltavam a explicar uma vez mais o que é que tinha sucedido e que o vídeo dela, que tinha sido adulterado… O ângulo era ridicularizar ainda mais o momento que aconteceu. E ela ignorou tudo isso. Aí já não respondeu e fomos obrigados a meter isto em tribunal porque nós temos uma equipa de mais de 28 pessoas à espera de serem ressarcidas”, explicou ainda o cantor.
“Vocês ficaram mais tristes pelo facto de ela não ter percebido aquilo que vocês lhe queriam transmitir, que era ‘o que tu fizeste está a provocar-nos danos em toda a equipa’“, perguntou Cristina Ferreira.
“Exatamente. Nós ficámos tristes foi precisamente por ela ter percebido o que é que tinha feito”, respondeu Nelson.
“Mas imaginem que agora vocês vão a tribunal e perdem?“, questionou Cristina Ferreira.
“Mas as pessoas vão ficar a saber todos os detalhes. E aí vai ser muito complexo a discussão em toda a sociedade. Será que vale tudo? Para mim a liberdade de expressão tem um limite. Sabem qual é? É aquela a partir do momento em que tu causas dano. Aí é o limite“, afirmou Nelson Rosado.
“É verdade que tentaram chegar a um acordo financeiro, antes de ir para a justiça?“, perguntou Cláudio Ramos.
“Não, para nós bastava ter tirado o vídeo na altura“, esclareceu o irmão mais velho.
“Quando soubemos que no programa, nos espetáculos do Extremamente Desagradável, eram usadas uma parte do vídeo e éramos ridicularizados, fomos ridicularizados uma vez mais. Meses depois, quando a pessoa foi avisada que nos tinha causado danos, porque as cartas registadas são clarinhas”, afirmou ainda Nelson Rosado.