Marina Mota com actuação extasiante e visceral no Caixa Alfama, na noite deste sábado, 27 de Setembro, no Palco Caixa.
Um dos momentos altos da segunda noite do Caixa Alfama, e até de todo o festival, aconteceu com o concerto de Marina Mota no Palco Caixa.
O Festival Caixa Alfama teve, este sábado – 28 de Setembro, o segundo e último dia da sua 12ª edição, em Lisboa.
A conhecida actriz e fadista, vestindo bonito vestido azul comprido, deu um recital de classe, de bem cantar e de como entregar-se à arte e não usar a arte para destacar-se.
Com a voz em momento extraordinário, a interpretação a um nível soberbo e a valorizar a vertente poética e da mensagem, Marina Mota apostou num alinhamento com Fado Tradicional, Fado Musicado, Marchas e canção.
Assim, em todos eles proprocionou momentos de incontável beleza e sentimento, sem uso de qualquer artifícios ou bengalas estílísticas.
Bastou entregar à sua alma à música e demonstrar toda a sua capacidade de comunicação e interpretação, conquistando prolongados aplausos e pondo o público várias vezes em pé.
O espectáculo terminou com muita gente na frente palco a cantar a plenos pulmões e a bailar.
Assim, Marina cantou o amor, o desamor, a tristeza e a alegria, promovendo uma constante e intensa experiência emocional e quem teve a felicidade de a ouvir.
Destaque ainda para a homenagem a vários nomes importantes da cultura portuguesa, do teatro de revista ao fado, passando pela poesia, e ainda o alerta contra a violência doméstica, um flagelo que continua a perturbar muitas pessoas, homens e mulheres.
Instrumentalmente esteve acompanhada por Guilherme Banza, Bernardo Viana e Francisco Gaspar (um trio que esteve soberbo).
Do alinhamento constaram temas como ‘Vielas de Alfama’, ‘Ai se os meus olhos falassem’, ‘Noite cerrada’, ‘Marujinho’, ‘Gostei de ti’, ‘Sombras da madrugada’, ‘Um copo, mais um copo’, ‘Troca tintas’, ‘Canção da Alegria’ ou ainda ‘Parque Mayer’, entre outros.
Texto: Rui Lavrador
Fotografias: Carlos Pedroso