Olhos brilham com mundo animal na Ovibeja, com foco na sensibilização, tradição e inovação.
Mundo animal em palco e em destaque
A 41ª. Ovibeja, em 2025, voltou a afirmar-se como um ponto de encontro entre a tradição rural e a inovação agropecuária, com o mundo animal a assumir um papel central em múltiplas vertentes da feira. Da pedagogia ambiental aos concursos de raça, passando por demonstrações práticas e encontros de profissionais do setor, o evento ofereceu um retrato vivo e dinâmico da diversidade e riqueza do património animal português.
Ou seja, um autêntico palco em movimento e com sensações de olfato e paladar no prato que não deixaram ninguém ficar indiferente.
Uma Quinta Pedagógica a não esquecer
No Campo da Feira, a Quinta Pedagógica cativou especialmente os visitantes mais jovens, ao proporcionar contacto direto com raças autóctones e atividades educativas ligadas ao meio rural.
Na horta “Mãos na Terra” e nas várias oficinas que se foram realizando ao longo da feira, as crianças puderam pôr literalmente as mãos na terra, aprender como se faz o pão, perceber o clico da lã, ver uma tosquia ao vivo ou fazer plantações. Tudo isto de forma descontraída e divertida. A ideia foi sempre aproximar os mais novos da vida no campo, sem complicações, através de experiências reais que despertam a curiosidade e o respeito pela natureza.
O icónico Pavilhão da Pecuária da Ovibeja
No Pavilhão da Pecuária, o ambiente era outro, mais técnico e profissional, mas igualmente impressionante. Quem por lá passou pôde ver de perto cerca de 300 animais, entre ovelhas, cabras, vacas e porcos. Alguns deles verdadeiros campeões das suas raças. Os concursos atraíram muitos olhares atentos: houve provas nacionais das raças Campaniça, Merina Branca, Merina Preta e Suffolk, além do tradicional Concurso Regional de Suínos da Raça Alentejana, que já vai na 25.ª edição.
A tosquia de ovinos e as demonstrações de maneio atraíram atenções e sublinharam o saber técnico dos criadores.
Arte e educação equestre: inclusão, puros-sangue, trofeús e provas regionais e nacionais
Também os cavalos estiveram em grande destaque. No Picadeiro D. Diogo Sobral realizaram-se o Concurso Regional de Dressage, o Concurso Nacional de Saltos e o Concurso de Modelo e Andamentos do Cavalo Puro Sangue Lusitano, Puro Sangue Árabe, Anglo-Árabe e Luso-Árabe, a par de provas como Troféu Equitação à Portuguesa e o Troféu Ovibeja Monte à Amazona.
A Gincana Equestre, promovida pelo Centro de Paralisia Cerebral de Beja, demonstrou como a inclusão também pode andar a cavalo.
Cães de raças alentejanas e aves exóticas fizeram as maravilhas do público
Nos espaços exteriores, organizados pelo Clube Cinófilo do Alentejo, realizaram-se demonstrações de obediência e free style canino, a par de concursos regionais de raças como o Serra de Aires, o Rafeiro do Alentejo e o Cão de Fila de São Miguel, integrando a 2ª Exposição Canina Nacional de Raças Portuguesas.
A mostra de aves, organizada pela Associação Ornitológica do Baixo Alentejo, contou com dezenas de espécies, desde aves de rapina a galinhas ornamentais e pombos de fantasia, promovendo a diversidade avícola.
O evento incluiu ainda interação com aves e um concurso dedicado a canários, psitacídeos e outras espécies exóticas.
Encontros que falam de passado e futuro
Com enfoque na sustentabilidade e na valorização das práticas extensivas, a Ovibeja incluiu ainda conferências sobre o futuro da produção pecuária e o papel da inovação tecnológica no setor, além de como transformar desafios em novas oportunidades.
Destaque ainda para o 5º Encontro de Pastores, um momento de partilha de experiências entre gerações ligadas ao pastoreio.
Um autêntico palco vivo entre cultura e mundo rural
A edição deste ano comprovou, uma vez mais, que a Ovibeja é mais do que uma feira: é um palco vivo onde o mundo animal se cruza com a cultura, a educação e a inovação, reafirmando a importância da ruralidade no presente e no futuro do país.
E vamos querer voltar, para ver todas as espécies novamente, como se fosse a primeira vez! Num contacto direto que nos leva aos nossos antepassados e, claro, ao futuro.