Ovibeja: Cante Alentejano e Arte Equestre no espetáculo “Cavalos e o Cante”, foi a proposta do certame organizado pela ACOS, para os dias 2 e 3 de maio, pelas 21h.
Texto: André Nunes / Fotografias: João Silva
“Cavalos e o Cante” foi um daqueles espetáculos que nos ficam na memória destes dias de Ovibeja, até porque junta duas artes tão alentejanas e próximas da alma lusa.
A força do Cante do Cante e a elegância dos cavalos
Assim, juntou duas tradições, o cante alentejano e o mundo equestre, e deixou-as a dialogar no mesmo espaço, com naturalidade. O Cante, com a sua força pesada e coletiva, encontrou-se com a elegância dos cavalos, num equilíbrio que parecia quase antigo, como se sempre tivessem pertencido um ao outro.
Mas houve mais. A surpresa veio do lado do flamenco, que entrou como se viesse de outro país mas, afinal, está no mesmo espírito. A dança, a guitarra, os sapateados: trouxeram uma energia em chamas que contrastava e ao mesmo tempo completava o resto.
Ovibeja: Cante Alentejano e Arte Equestre: Um espetáculo intenso com “casa” cheia
Como se não bastasse, tivemos ainda vários momentos com fogo. Literalmente. Chamas que cortavam a noite. Foi intenso e contou com uma plateia preenchida, que aguardava a ouvir as suas modas de Cante favoritas.
Mais do que um espetáculo, foi um encontro. Entre tradições, entre regiões, entre formas de estar.
O coração de Beja
E quem lá esteve, sabe que não bastava apenas ver, tinha de se sentir. Sentir os cascos na terra molhada, os movimentos rápidos das rabadas, a postura dos cavaleiros, os chapéus ao vento, o timbre da voz dos alentejanos a cantar que passavam nas colunas, o “Um dia hei de voltar” de Buba Espinho que deu razão de ser e de galopar em diversos momentos.
Tudo isto foi sentir. Aliás, tudo isto foi sentir Ovibeja. E, acima de tudo, foi sentir o coração a palpitar de Beja em si.