Prémios Play: A Grande Gala de Família da Música Portuguesa

Prémios Play: A Grande Gala de Família da Música Portuguesa em que as maiores surpresas é nada ser surpreendente.

E cá estamos nós, mais um ano, prontos para assistir à mais calorosa e previsível reunião familiar da música nacional: os Prémios Play – Prémios da Música Portuguesa! Um evento onde não há espaço para surpresas porque, convenhamos, nesta casa já se sabe quem vai levar o peru para casa.

Vamos falar de critérios? Ah, os tão falados “critérios”… talvez estejam guardados numa gaveta trancada a sete chaves numa editora multinacional qualquer. Porque se há coisa que os Play nos provam, é que o talento artístico ou a originalidade são meras curiosidades académicas. O que realmente conta é quem são os teus padrinhos musicais e em que mesa da gala estás sentado.

Os Reis da Festa

As editoras multinacionais são, obviamente, as tias ricas desta festa, sempre prontas a garantir que os seus “sobrinhos” saem com os bolsos cheios de troféus. Se por acaso não estiveres sob a asa de uma delas, o mais certo é ires buscar as sobras da sobremesa – e mesmo isso, só se sobrar bolo.

Quanto às agências, bom… são aquelas tias que controlam quem entra, quem dança com quem e quem nem sequer foi convidado. Elas mandam, e fazem questão de lembrar todos os anos que o buffet está fechado a quem não estiver na lista.

E claro, a estrela da festa continua a ser a boa e velha música de pastilha elástica. Doce, repetitiva, sem valor nutritivo – mas que fica colada por todo o lado. Nada como um refrão pronto para TikTok para garantir uma estatueta. Afinal, quem é que precisa de profundidade artística quando se pode cantar algo que uma criança de cinco anos repete em loop?

Enquanto isso, os artistas independentes – aqueles que ainda acreditam que a música é uma forma de expressão e não só um produto – continuam a tocar nas salas pequenas, a vender discos na mala do carro e a alimentar o sonho de um dia serem reconhecidos por mérito. Fofo.

E assim segue a grande gala de família da música portuguesa, onde tudo está bem quando está tudo na mesma. Com discursos emocionados, promessas de diversidade e uma vitrine cintilante que encobre um sistema de favoritismo, interesses cruzados e oportunidades para poucos.

Assim, os Prémios Play são, no fundo, coerentes: prometem pouco, cumprem menos, e ainda assim conseguimos sair sempre mais desiludidos do que no ano anterior. Bravo!

Por fim, há algumas boas excepções positivas nesta incrível gala. Isso, excepções!

Os vencedores de 2025 dos Prémios Play

Prémios Play: Maninho e Mariza Liz vencem Canção do Ano
Ana Lua Caiano vence ‘Prémio da Crítica’
Prémios Play: Dillaz vence ‘Melhor Álbum’
Pedro Lima vence na categoria ‘Melhor Álbum de Música Clássica/Erudita’
Prémios Play: José Cid vence Prémio Carreira
Toy vence na categoria ‘Melhor Canção ligeira e popular’
Prémios Play: Bluay vence na categoria ‘Artista Revelação’
Pedro Sampaio & Gasparzinho vencem na categoria ‘Lusofonia’
Prémios Play: iolanda, Karetus e Vitorino vencem ‘Melhor Videoclipe’
Prémios Play: Camané vence ‘Melhor Álbum de Fado’
Eduardo Cardinho vence ‘Melhor Álbum de Jazz’
Prémios Play: Bárbara Bandeira vence na categoria ‘Melhor Artista Feminina’
Slow J vence na categoria ‘Melhor Artista Masculino
Prémios Play: Calema vencem na categoria ‘Melhor Grupo’

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